Uma operação realizada nesta quarta-feira (22) teve como objetivo desarticular um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que utilizava o setor de brinquedos como fachada para disfarçar recursos ilícitos.
Batizada de Operação Plush, a ação foi coordenada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), Polícia Civil e Secretaria da Fazenda. Lojas de brinquedos de pelúcia instaladas em shoppings de São Paulo e da região metropolitana foram alvo da investigação.
Ao todo, os agentes cumpriram seis mandados de busca e apreensão em unidades da rede Cria Amigos, localizadas no Internacional Shopping, em Guarulhos, e em um shopping de Santo André.
A operação não tem como alvo os shoppings em si, mas as lojas que funcionam em seu interior.
Além das buscas, a Justiça determinou o bloqueio e sequestro de bens no valor de R$ 4,3 milhões, que seriam provenientes de atividades criminosas ligadas à facção.
Origem do nome e suspeitos
O nome da operação faz referência ao ramo de atuação, o comércio de pelúcias utilizado para mascarar o fluxo de dinheiro do tráfico.
Segundo o MPSP, o grupo investigado tem ligação direta com Cláudio Marcos de Almeida, conhecido como “Django”, traficante e fornecedor de armas para o PCC, assassinado em janeiro de 2022 durante uma disputa interna na facção.
Como funcionava o esquema
A investigação teve início após o surgimento de indícios de que a ex-companheira e a irmã de Django, sem ocupações lícitas conhecidas, movimentaram grandes quantias de dinheiro para abrir franquias da Cria Amigos.
De acordo com o MPSP, o capital utilizado na abertura das lojas teria origem criminosa, com o objetivo de dar aparência de legalidade aos lucros do tráfico de drogas.
A Cria Amigos é uma rede que oferece experiências personalizadas de pelúcia, permitindo que crianças montem e customizem seus próprios brinquedos. Com um ticket médio de R$300 por produto, as lojas registram grande movimentação financeira, o que chamou a atenção dos investigadores.
As autoridades afirmam que o uso de negócios aparentemente inocentes, como o comércio de brinquedos, tem se tornado uma estratégia recorrente para ocultar lucros ilícitos e ampliar a atuação de facções criminosas no país.
Em 2024, o nome de Django já havia aparecido na Operação Fim da Linha, quando foi identificado como um dos responsáveis por movimentar recursos ilegais por meio da empresa de transporte UpBus, usada pelo PCC em São Paulo.
As conexões entre empresas de transporte e redes de varejo mostram a sofisticação e amplitude das operações financeiras do grupo criminoso.
Em nota, a franqueadora Cria Amigos informou que a operação foi uma surpresa para a marca e que a ação se restringe aos franqueados investigados, sem envolvimento direto da sede. (Sugestão: Adicionar “uma” para melhorar a fluidez. “foi surpresa” não está errado, mas “foi uma surpresa” é mais comum).
A empresa afirmou estar à disposição das autoridades e reforçou seu compromisso com a transparência e a integridade de seus processos.
As investigações seguem em andamento e o caso tramita em segredo de Justiça.
Por: Kátia Gomes | Revisão: Redação
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