Nesta terça-feira, 15 de abril, é comemorado o Dia Internacional da Arte. A data foi escolhida pela UNESCO, para promover o desenvolvimento, a difusão e a promoção da arte, incluindo a valorização da educação artística nas escolas.
O filósofo grego Aristóteles (Estagira, 384 a.C. — Atenas, 322 a.C.), levantou um questionamento que ainda ressoa: “a arte imita a vida ou a vida imita a arte?”. A partir de seus estudos, o filósofo concluiu que a arte, de fato, reflete a vida humana.. Através dela, a humanidade expressa seus anseios, dilemas e crenças. As produções audiovisuais exemplificam esse processo, ao retratar narrativas que geram identificação e abordam vivências humanas ao longo do tempo.
Para celebrar a data, selecionamos três filmes que exploram diferentes formas de expressão artística e nos convidam a refletir sobre o papel da arte na vida cotidiana.
A dança no cinema
A dança tem o poder de comunicar sem palavras. Os movimentos e expressões corporais são a mais pura forma artística, afinal, contam histórias e despertam emoções com uma intensidade que, muitas vezes, a linguagem verbal não alcança. Por isso, o cinema vem explorando a beleza desse campo cada vez mais.
Cisne Negro (2010), dirigido por Darren Aronofsky, é um grande exemplo disso.

Este thriller psicológico acompanha a jornada de Nina Sayers (Natalie Portman), uma bailarina que se obcecada pela perfeição ao interpretar o papel principal no balé O Lago dos Cisnes. O filme tem uma narrativa envolvente, o que faz o espectador sentir parte do conflito interno que a protagonista vive. As pressões físicas e psicológicas enfrentadas pelos artistas da dança, e como o corpo e a mente entram em um processo de transformação ao longo da busca por uma expressão artística extrema. Cisne Negro vai além da dança, ao trazer reflexões sobre o anseio por perfeição e as complexas relações de poder.
Onde assistir: Disney +.
A música no cinema
De acordo com o relatório da empresa de pesquisa musical Luminate, o Brasil somou cerca de 4,8 trilhões de reproduções em plataformas de streaming de música em 2024 — um aumento de 14% em relação ao ano anterior. Isso evidencia como a música está profundamente presente no cotidiano das pessoas. A música é uma arte que toca a alma de uma maneira única, ao comunicar emoções, histórias e perspectivas de forma poética e cantada. O cinema faz uso recorrente dessa ferramenta, afinal é ela quem fortalece a narrativa, criando a conexão entre o público e a história.
O filme Em Ritmo de Fuga (2017), é um clássico exemplo de como a música pode brilhar tanto ao longo da história, ao ponto de se tornar uma personagem

O filme de ação Em Ritmo de Fuga foi dirigido por Edgar Wright. A trama segue Baby (Ansel Elgort), um jovem motorista especializado em fugas para criminosos. Desde pequeno, Baby sofre com um zumbido constante em seus ouvidos devido a um trauma, e para aliviar esse problema, durante todo o seu dia, ele escuta música em seus fones de ouvido, o que lhe ajuda a se concentrar e executar manobras perfeitas durante as fugas. Assim, a música torna-se uma das características mais marcantes em todo filme, uma vez que o diretor faz uso dessa arte como uma extensão do personagem principal.
Uma das marcas registradas do filme é o uso sincronizado da música com a ação, especialmente nas cenas de perseguição. O filme é praticamente uma coreografia visual, onde as batidas da música são incorporadas aos movimentos dos carros, tiroteios e até mesmo aos diálogos. É, portanto, uma verdadeira experiência audiovisual, onde a música se integra perfeitamente a cada ação.
Onde assistir: Netflix.
A literatura no cinema
A literatura é uma das formas mais antigas e respeitadas de arte. As produções cinematográficas constantemente fazem adaptações de livros para as telas. Mas, pouco se fala sobre os filmes que exploram a criação literária e o impacto que essas obras têm sobre as pessoas.
A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata (2018), é um filme baseado no romance de Mary Ann Shaffer e Annie Barrows, dirigido por Mike Newell, e sua trama segue uma escritora londrina que, após viver o período conturbado da Segunda Guerra Mundial, busca inspirações para um novo livro.

O filme, estrelado por Lily James, se destaca por criar uma atmosfera acolhedora e pela mensagem que compartilha, sobre a importância que os livros têm como forma de conexão entre as pessoas. Apesar de inusitado, o título “A torta de casca de batata” simboliza a resiliência dos moradores da ilha em tempos de dificuldades e guerra.
Onde assistir: Netflix.
Esses são alguns exemplos de como o cinema pode retratar diferentes formas artísticas. No Dia Internacional da Arte, celebramos a magia e impacto que elas trazem para a sociedade.
Por Yasmin Barreto I Edição: Laís Queiroz
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