Com a China irredutível, tarifa salta de 104% para 125% e acirra disputa comercial; tensão entre potências reacende alerta global sobre impactos econômicos
A guerra comercial entre Estados Unidos e China atingiu um novo e explosivo capítulo. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na tarde desta quarta-feira (9) que aumentará para 125% a tarifa sobre a importação de produtos da China.
A medida tem efeito imediato e é uma resposta direta à retaliação oficial da China, que também decidiu taxar produtos norte-americanos em 34%. Trump havia dado prazo até às 13h desta terça-feira (8) para que Pequim recuasse da decisão, o que não aconteceu.
“O mundo precisa entender que os Estados Unidos não serão passivos diante de práticas comerciais desleais”, declarou Trump em comunicado. Segundo ele, as novas tarifas visam proteger a indústria americana e forçar uma reavaliação das políticas chinesas.
Entenda a escalada:
Na sexta-feira (4), o governo chinês anunciou uma retaliação com tarifas de 34% sobre bens dos EUA, igualando a carga tributária imposta inicialmente por Trump à China. Na prática, essa troca de sanções elevou a temperatura no comércio internacional, afetando setores como tecnologia, agricultura, eletrônicos e indústria pesada.
Em resposta à retaliação chinesa, Trump não hesitou: prometeu mais 50% de
tarifas se a China não recuasse. A taxa de 104% sobre os produtos chineses entraria em vigor hoje (9), mas, de última hora, o presidente dos EUA decidiu elevar ainda mais a taxação, que agora chega à inédita marca de 125%.
Ásia no centro da tensão
O continente asiático, especialmente a China, tornou-se o principal alvo das novas políticas comerciais norte-americanas. Especialistas em comércio internacional alertam para os possíveis efeitos colaterais, como inflação global, encarecimento de produtos e desorganização nas cadeias de suprimentos.
Mercado reage com instabilidade
O impacto das novas tarifas já começou a ser sentido. Bolsas asiáticas operaram em baixa, e o índice Dow Jones abriu o dia em queda. Analistas financeiros preveem dias de volatilidade intensa.
Enquanto isso, setores da indústria americana comemoram o que veem como uma ação de proteção à competitividade nacional. Já consumidores e varejistas temem o aumento de preços e a escassez de produtos importados.
O que esperar agora?
Com o novo capítulo da guerra comercial oficialmente aberto, o mundo observa atentamente os próximos movimentos de Pequim. Até o momento, o governo chinês não anunciou nova rodada de retaliações, mas fontes próximas ao Ministério do Comércio afirmam que medidas estão sendo discutidas nos bastidores.
A crise promete se arrastar pelas próximas semanas e o planeta pode sentir os efeitos de uma disputa entre gigantes que está longe de terminar.
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Por Alemax Melo | Revisão: Camilly Barros