O país comandado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu intensificou sua ofensiva contra o grupo rebelde Houthi, apoiado pelo Irã, após um ataque dos rebeldes a um navio comercial no Mar Vermelho. A ação militar israelense atingiu portos e uma usina de energia no Iêmen, além de um navio cargueiro capturado pelos Houthis, marcando os primeiros ataques desde o cessar-fogo firmado com o Irã no mês passado.
Os ataques ocorreram entre a noite de domingo (6) e a manhã desta segunda-feira (7), incluindo bombardeios aos portos de Hodeida, Ras Isa e Salif, além da usina de Ras Kanatib. Israel também atingiu o Galaxy Leader, navio cargueiro apreendido pelos Houthis em novembro de 2023. Segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), o grupo rebelde instalou sistemas de radar no cargueiro para rastrear embarcações e facilitar ações terroristas na região.
A ofensiva foi motivada pelo lançamento de pelo menos três mísseis balísticos pelos Houthis contra Israel, incluindo um interceptado no sábado (5). O grupo rebelde também reivindicou o ataque ao navio graneleiro Magic Seas no Mar Vermelho, ocorrido no domingo, o primeiro desse tipo em meses. Os Houthis afirmaram ter usado barcos não tripulados, mísseis e drones para atingir a embarcação, que já afundou. Eles alertaram que futuros ataques serão direcionados a navios que utilizem portos em Israel, que os rebeldes chamam de “Palestina ocupada”.
A tripulação do Magic Seas, composta por 19 pessoas, deixou o navio e foi transferida para Djibuti, segundo informações da operadora Stem Shipping. A empresa afirmou que, apesar de o navio ter feito escalas em portos israelenses no passado, a passagem recente parecia de baixo risco e sem ligação direta com Israel. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, anunciou a ofensiva como parte da “Operação Bandeira Negra”, afirmando que os Houthis “continuarão a pagar um alto preço por suas ações” e prometendo que mais ataques ocorrerão caso o grupo continue lançando drones e mísseis balísticos contra Israel.
Os Houthis confirmaram os ataques israelenses, mas afirmaram que as defesas aéreas iemenitas conseguiram confrontar a ofensiva com uma “grande barragem de mísseis terra-ar fabricados localmente”.
Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, em outubro de 2023, o país tem sido alvo de ataques também do Hezbollah, do Líbano, e dos Houthis, que alegam solidariedade aos palestinos. Em maio, os Houthis concordaram em interromper ataques a navios de guerra dos Estados Unidos no Mar Vermelho, após uma série de ataques aéreos americanos contra seus redutos, mas não se comprometeram a cessar ataques a embarcações ligadas a Israel.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Daniela Gentil
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