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Rússia ataca com 728 drones após Trump prometer reforço militar à Ucrânia

População dorme em abrigos enquanto maior ofensiva aérea da guerra atinge cidades como Kiev e Lutsk; clima entre EUA, Moscou e Europa volta a se tensionar

A Rússia lançou, entre a noite de terça (8) e a madrugada de quarta-feira (9), o maior ataque aéreo com drones desde o início da guerra na Ucrânia. Foram 728 dispositivos kamikaze, segundo a Força Aérea Ucraniana, a maioria abatida com a ajuda de sistemas de defesa eletrônica e mísseis terra-ar. O bombardeio ocorreu poucas horas depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar novas promessas de ajuda militar a Kiev e intensificar o tom contra Vladimir Putin, seu antigo aliado político.

O principal alvo da ofensiva foi a cidade de Lutsk, no noroeste da Ucrânia, próxima à fronteira com a Polônia, país membro da Otan. Ao todo, 11 províncias relataram danos. Ainda que nenhuma morte tenha sido confirmada, o governo local descreveu o episódio como o “maior ataque aéreo já registrado na região”. Vários prédios residenciais e infraestruturas energéticas foram atingidos.

Moradores de Kiev, Lviv, Khmelnytskyi e outras grandes cidades passaram a noite em abrigos antiaéreos, inclusive estações de metrô, que voltaram a ser utilizadas como refúgios, como ocorreu no início da guerra. A sirene soou mais de 30 vezes durante a madrugada em diferentes regiões do país.

Segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o ataque russo foi “uma resposta direta às palavras de Trump” e demonstrou “a urgência de sanções mais duras contra as fontes de financiamento da guerra de Putin, como a exportação de petróleo”.

Trump promete mais armas e endurece retórica

Donald Trump, que retornou à Casa Branca em janeiro de 2025, vem adotando uma postura ambígua em relação à guerra desde a campanha presidencial. Nesta semana, porém, elevou o tom contra o Kremlin. Durante reunião de gabinete, ele prometeu reverter uma decisão recente do Pentágono, que havia suspendido a entrega de munições essenciais à Ucrânia.

“Putin diz muita besteira. Ele é muito gentil o tempo todo, mas acaba sendo inútil”, disse Trump a repórteres, ao ser questionado sobre como responderia ao presidente russo. “Não vou revelar agora. Queremos deixar uma pequena surpresa.”

O presidente também se declarou favorável a um projeto no Senado que propõe sanções duríssimas à Rússia, incluindo tarifas de até 500% sobre países que continuam comprando petróleo, gás, urânio e outros produtos russos.

A nova postura de Trump marca um ponto de inflexão. Após retornar ao poder prometendo “encerrar rapidamente” a guerra na Ucrânia e se aproximar de alguns argumentos do Kremlin, ele agora reposiciona os EUA como um ator militarmente engajado, ao menos no que diz respeito à defesa aérea de Kiev.

O envio de armas será coordenado pelo enviado especial de Trump à Ucrânia, Keith Kellogg, que participa nesta semana, em Roma, de uma conferência internacional de ajuda ao país, com a presença de Zelensky e representantes da União Europeia.

Europa reage e prepara novo pacote de sanções

Em paralelo, a União Europeia trabalha em um novo pacote de sanções contra Moscou, com foco na indústria de defesa russa e na limitação do comércio com países que driblam embargos já em vigor. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que “não haverá paz sem uma firme resposta coletiva à agressão russa”.

Fontes diplomáticas indicam que as sanções poderão incluir medidas contra bancos e empresas de tecnologia suspeitas de fornecer componentes para a indústria bélica russa.

Zelensky, por sua vez, disse na terça-feira que ordenou a ampliação do contato direto com Washington para garantir entregas contínuas de mísseis antiaéreos, sistemas de radar e munições guiadas de precisão, itens que têm feito a diferença nos últimos meses de confronto.

“Estamos em um momento decisivo. Esse ataque com mais de 700 drones mostra que a Rússia ainda tem poder de fogo, mas também revela desespero. É hora de o Ocidente agir com unidade e rapidez”, disse o presidente ucraniano em pronunciamento oficial.

Moscou silencia sobre autoria

O governo russo ainda não se pronunciou formalmente sobre o ataque. No entanto, canais militares não oficiais ligados ao Kremlin celebraram o resultado da ofensiva e postaram vídeos mostrando supostos alvos destruídos. Lutsk, cidade de cerca de 200 mil habitantes, foi duramente atingida, com relatos de explosões em áreas residenciais e centros logísticos.

Segundo as autoridades ucranianas, pelo menos 80% dos drones foram interceptados ou desativados por interferência eletrônica. Apesar disso, diversos impactos causaram incêndios e cortes de energia em bairros inteiros, especialmente no oeste do país.

O ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, afirmou que a prioridade agora é reforçar o escudo aéreo e expandir a capacidade de resposta rápida a ataques múltiplos. Ele agradeceu publicamente o novo compromisso de Trump com o envio de sistemas de defesa avançados, incluindo Patriot e NASAMS.

Cessar-fogo distante

Apesar da promessa americana de retomar o fornecimento de armas, as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia seguem estagnadas. Trump chegou a propor um cessar-fogo condicional, aceito por Kiev, mas rejeitado por Moscou.

“Putin não aceita nenhuma trégua que o faça parecer enfraquecido. Isso é um problema para qualquer avanço diplomático neste momento”, disse uma fonte europeia próxima às tratativas em Viena.

Ainda assim, diplomatas apostam que a pressão econômica coordenada entre Estados Unidos e Europa possa criar condições mais favoráveis a um cessar-fogo futuro. Até lá, a Ucrânia tenta resistir aos ataques mais intensos dos últimos meses, agora impulsionados por uma nova escalada no tabuleiro internacional.

Por Alemax Melo I Revisão: Daniela Gentil

VEJA TAMBÉM: Andriy Portnov, ex-político ucraniano pró-russo morto a tiro em Madrid

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Marcia Dantas

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