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Trump amplia tarifaço global e impõe 30% sobre produtos da União Europeia e do México

Medida entra em vigor em 1º de agosto e eleva tensão comercial entre potências; presidente americano ameaça novas retaliações se houver resposta adversa

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (12) a aplicação de tarifas de 30% sobre todos os produtos importados da União Europeia e do México, a partir de 1º de agosto de 2025. O anúncio foi feito por meio de publicações na Truth Social, rede social mantida por aliados do próprio Trump, junto com as cartas enviadas oficialmente aos respectivos governos.

O movimento representa mais um capítulo no chamado tarifaço global, que tem sido promovido pelo republicano nas últimas semanas contra diversos parceiros comerciais estratégicos dos EUA, incluindo o Brasil, que recebeu uma tarifa de 50%. Agora, Europa e México entram formalmente na lista.

Justificativas e retórica nacionalista

Na publicação, Trump adotou um tom firme ao justificar a medida contra o México. Apesar de reconhecer que o país vizinho tem cooperado com a contenção migratória, o presidente afirmou que “ainda não é suficiente”.

“O México ainda não deteve os cartéis que estão tentando transformar toda a América do Norte em um playground do narcotráfico. Obviamente, não posso deixar isso acontecer!”, escreveu.

Segundo o comunicado, a tarifa de 30% será aplicada de maneira abrangente, sobre todos os produtos mexicanos, além das tarifas já existentes sobre setores específicos, como aço, automóveis e alimentos industrializados.

Já em relação à União Europeia, Trump alegou “desvantagem histórica para os produtores e trabalhadores americanos” nos acordos atuais. Em sua visão, os blocos econômicos europeus estariam promovendo práticas comerciais desleais que prejudicam a indústria dos EUA, especialmente nos setores de tecnologia, vinho, aço e agricultura.

“Chega de ser explorado. É hora de devolvermos os empregos aos Estados Unidos e proteger nossa indústria contra práticas abusivas do exterior.”

Ameaças à retaliações

O presidente também foi direto ao mencionar que qualquer tipo de retaliação por parte da União Europeia ou do México resultará em aumento automático da tarifa atual, podendo ultrapassar os 30% já estabelecidos.

“Se houver qualquer aumento de tarifas contra os Estados Unidos como resposta a essa decisão, vamos responder dobrando a alíquota. Não vamos recuar.”

Essa postura reativa amplia o clima de incerteza no comércio internacional e sinaliza uma possível guerra tarifária de grandes proporções, com efeitos em cadeias globais de fornecimento, preços e empregos em diversos países.

Países já atingidos pelo tarifaço de Trump

Com as novas medidas, sobe para cinco o número de parceiros comerciais diretamente atingidos pelas tarifas generalizadas anunciadas por Trump desde o início de julho:

  • Brasil: 50% sobre todos os produtos (anunciado em 9 de julho)
  • China: 35% sobre produtos industriais e eletrônicos
  • Índia: 25% sobre produtos têxteis, farmacêuticos e alimentícios
  • México: 30% sobre todos os produtos
  • União Europeia: 30% sobre todos os produtos

Além disso, os EUA mantêm tarifas setoriais específicas para países como Canadá, Japão, Coreia do Sul e Vietnã, sobretudo no setor automotivo e de aço.

As reações internacionais

A resposta dos países afetados veio em tom de preocupação e indignação. A Comissão Europeia afirmou, por meio de nota oficial, que considera as novas tarifas “uma violação direta dos princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC)” e está avaliando medidas jurídicas e econômicas para responder.

“A União Europeia vai proteger os interesses de suas indústrias e consumidores. Estamos prontos para agir com firmeza, mas também buscamos diálogo”, diz o comunicado.

O governo mexicano, por sua vez, declarou estar em conversas com o Itamaraty e com a diplomacia europeia para formar uma frente conjunta contra a medida. Uma resposta coordenada pode incluir ações na OMC e tarifas espelhadas sobre produtos americanos.

Efeitos sobre os mercados e a economia

Economistas preveem impactos significativos na economia global, com aumento do preço final de produtos importados nos EUA, especialmente alimentos, vinhos, peças automotivas e eletrônicos.

Nos Estados Unidos, setores empresariais e agrícolas têm se manifestado contrários à escalada de tarifas, temendo retaliações. O National Retail Federation, entidade que representa varejistas americanos, alertou que a medida poderá “aumentar custos para consumidores e provocar desabastecimento em setores críticos”.

Já no México, empresas ligadas ao setor automobilístico, que representa mais de 30% das exportações mexicanas para os EUA, avaliam adequações na produção, o que pode afetar milhares de empregos.

Na Europa, países como Alemanha, França, Itália e Espanha são os mais afetados, já que lideram as exportações para o mercado americano no bloco.

Implicações políticas

A ofensiva tarifária de Trump ocorre num momento em que ele intensifica sua agenda externa às vésperas do ciclo eleitoral nos Estados Unidos. A estratégia parece mirar seu eleitorado mais protecionista, composto por trabalhadores industriais e agricultores, setores que demandam mais barreiras contra produtos estrangeiros.

Por outro lado, analistas apontam que o nacionalismo comercial pode isolar os EUA em negociações globais e deteriorar relações estratégicas com parceiros históricos. A OMC já sinalizou que pode intervir se os países atingidos abrirem disputas formais contra os EUA.

Mesmo assim, Trump tem reafirmado que não vai recuar.

“Não vamos mais ser o cofrinho do mundo. Vamos colocar a América em primeiro lugar como sempre deveria ter sido.”

O que esperar?

Com menos de três semanas para a entrada em vigor das tarifas (1º de agosto), os governos e setores econômicos dos países atingidos estão correndo contra o tempo para tentar barrar a medida ou preparar respostas.

A tendência é que os efeitos do tarifaço de Trump se espalhem por diversas cadeias globais, inclusive afetando acordos comerciais em andamento entre os EUA e países da Ásia, da África e da América do Sul.

O clima é de incerteza, e o mundo volta a observar o governo Trump com atenção, temendo os desdobramentos de uma nova guerra comercial internacional, nos moldes do que foi vivido em seu primeiro mandato entre 2017 e 2020.

Por Alemax Melo I Revisão: Daniela Gentil

VEJA TAMBÉM: Trump impõe tarifa de 50% ao Brasil e cita STF como motivo de retaliação

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Marcia Dantas

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