Uma pausa de apenas sete dias nas redes sociais foi suficiente para melhorar significativamente a autoestima e a imagem corporal de mulheres jovens. É o que mostra um estudo publicado na revista Body Image, que analisou o comportamento de 66 estudantes universitárias após um período de afastamento voluntário de plataformas como Instagram, TikTok e Facebook.
As participantes foram divididas em dois grupos: um continuou utilizando as redes sociais normalmente, enquanto o outro foi orientado a não acessá-las durante uma semana. Ao final do experimento, as mulheres que se afastaram das redes relataram níveis mais altos de autoestima incluindo aspectos como desempenho, aparência e relações sociais além de maior satisfação com o próprio corpo.
Os efeitos positivos foram ainda mais acentuados entre aquelas com maior tendência a internalizar o chamado “ideal de magreza”, o padrão corporal magro amplamente promovido nas redes sociais. Para os pesquisadores, isso indica que a redução da exposição a imagens idealizadas contribui diretamente para aliviar a pressão estética e o sentimento de inadequação corporal.
Comparações sociais e padrões irreais
Segundo os autores do estudo, o uso intensivo das redes sociais costuma levar à chamada “comparação social ascendente”, quando os usuários se comparam com figuras públicas ou influenciadores que exibem corpos idealizados e rotinas aparentemente perfeitas. Esse processo é apontado como uma das principais causas de baixa autoestima e insatisfação corporal entre mulheres de 18 a 29 anos, o público que mais utiliza essas plataformas no mundo.
Estudos anteriores já haviam identificado que aplicativos focados em imagem, como Instagram e TikTok, incentivam o engajamento com conteúdos que reforçam padrões de beleza inatingíveis. Muitas usuárias relatam que tentam evitar esse tipo de conteúdo ou até deixam de seguir perfis que afetam negativamente sua saúde mental. Algumas cabandonam temporariamente o uso das redes sociais para se proteger emocionalmente.
Sair do circuito digital pode ser terapêutico
Ao limitar o tempo de exposição a esses ambientes digitais, os pesquisadores acreditam que é possível mitigar os efeitos negativos das redes sobre a autoimagem. “Mesmo uma pausa breve já pode ter efeitos terapêuticos para grupos vulneráveis”, concluem.
O estudo reforça a importância de práticas de autocuidado digital e propõe que estratégias de “desconexão consciente” sejam mais incentivadas, principalmente entre jovens mulheres, como forma de preservar a saúde emocional e a autoestima.
Nota da redação: Esta notícia traduz dados técnicos e científicos para uma linguagem jornalística clara e acessível. O texto destaca a importância social da descoberta, explica os principais mecanismos envolvidos e mostra quem pode se beneficiar dela.
Por: Laís Queiroz | Revisão:
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