A América Latina caminha para lançar, em setembro deste ano, seu primeiro modelo de linguagem de inteligência artificial treinado com foco nas culturas, línguas e contextos regionais: o Latam-GPT. A iniciativa é liderada pelo Centro Nacional de Inteligência Artificial (CENIA), do Chile, em parceria com mais de 30 instituições da América Latina e do Caribe.
O projeto, que também tem apoio de empresas privadas como a CAF e a Amazon Web Services, quer democratizar o uso de IA adaptada à realidade dos países latino-americanos, com foco na educação, saúde pública e serviços governamentais. Em abril de 2025, o Brasil passou a fazer parte do planejamento desde quando a Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, assinou o Memorando de Entendimento com o governo chileno.
Treinamento com base no modelo da Meta
O Latam-GPT está sendo treinado com o Llama 3, modelo de código aberto desenvolvido pela Meta. A escolha por uma base aberta permite que pesquisadores e desenvolvedores da região contribuam com melhorias ao longo dos anos. Até agora, foram coletados mais de 8 TB de informações em texto, equivalente a milhões de livros. Esses materiais estão sendo armazenados e processados no Centro de Supercomputação da Universidade de Tarapacá.
Um dos principais diferenciais da tecnologia é seu compromisso com a diversidade linguística. O projeto deu início à criação de um tradutor voltado para a língua Rapa Nui, falada na Ilha da Páscoa, e pretende expandir o suporte a outros idiomas indígenas e dialetos regionais.
Segundo o Ministério da Ciência do Chile “É o primeiro LLM aberto da região, e sua formação visa refletir a cultura, a língua e história da América Latina e do Caribe”. A expectativa é que o Latam-GPT seja implementado em escolas, hospitais e assistentes virtuais voltados para serviços públicos e sistemas educacionais personalizados.
Por: Pietra Gomes | Revisão: Daniela
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