O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou nesta quinta-feira (24) que o TikTok poderá deixar de operar no país caso o governo chinês não aprove um acordo de venda do aplicativo, hoje controlado pela empresa chinesa ByteDance. A declaração foi dada em entrevista à emissora CNBC.
Segundo Lutnick, o governo norte-americano insiste que a venda da operação do TikTok nos EUA seja concluída até setembro, conforme prazo estendido pelo presidente Donald Trump no mês passado. A nova data-limite é 17 de setembro, após uma prorrogação de 90 dias determinada por Trump. Originalmente, uma lei de 2024 já previa o encerramento das atividades do TikTok no país até 19 de janeiro deste ano, caso não houvesse avanços concretos na negociação.
“A China pode manter uma pequena participação, ou a ByteDance, atual proprietária, pode ficar com uma parte pequena. Mas, basicamente, os norte-americanos terão o controle. Os norte-americanos serão proprietários da tecnologia e controlarão o algoritmo”, disse Lutnick à CNBC.
O secretário reforçou que a questão do algoritmo, considerado o principal ativo estratégico da empresa, é um dos pontos-chave do impasse. O governo dos EUA deseja ter domínio total sobre ele. Para Washington, o controle chinês sobre os dados e o funcionamento do TikTok representa uma ameaça à segurança nacional.
Nos bastidores, um acordo que criaria uma nova empresa para operar o TikTok nos Estados Unidos, com investidores norte-americanos no controle majoritário, estava em negociação. No entanto, as tratativas foram paralisadas após o governo chinês indicar que não aprovaria o negócio. A sinalização ocorreu em meio a tensões comerciais renovadas entre os dois países, agravadas pelo anúncio recente de novas tarifas dos EUA sobre produtos chineses.
Lutnick afirmou que a decisão final será tomada em breve. “Se esse acordo for aprovado pelos chineses, ele acontecerá. Se eles não aprovarem, o TikTok vai sair do ar”, declarou.
Procurado, o TikTok ainda não se manifestou oficialmente sobre as declarações.
Com informações da Reuters e CNBC.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Daniela Gentil
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