O SBT iniciou, na última sexta-feira (8), uma nova etapa de reestruturação que atinge diretamente alta cúpula executiva. A informação exclusiva é do site TV Pop, que informa que dentre os desligamentos está a diretora Carolina Gazal, que trabalhou na emissora de forma ininterrupta por quase 20 anos e foi a principal responsável pela criação do +SBT, plataforma de streaming que completará um ano de funcionamento em agosto.
Promovida há dez meses à diretoria de produção de conteúdo multiplataforma, Carolina respondia diretamente ao ex-diretor Leon Abravanel, dispensado há cerca de dois meses, e perdeu espaço com a recente ascensão de Rinaldi Faria, atual superintendente de criação e produção de conteúdo. Ele passou a concentrar decisões financeiras e jornalísticas na casa.
Vista por colegas como uma profissional competente e dedicada, Carolina foi desligada em meio ao desempenho abaixo do esperado do +SBT, que acumula prejuízo estimado em R$ 70 milhões no primeiro ano, considerando gastos com produções originais, licenciamento e infraestrutura técnica. O serviço não conseguiu consolidar uma base sólida de usuários desde seu lançamento, em agosto de 2024.
Procurado pelo MD News, o SBT informou que não há previsão de mudanças no canal de streaming. A emissora destacou que o responsável pelo +SBT é Mauro Lissoni e que Carolina exercia o cargo de diretora de produção do SBT, não atuando diretamente na gestão da plataforma.
Além dela, outros executivos das áreas de planejamento e produção também foram dispensados, provocando forte comoção interna. Nos corredores, houve relatos de funcionários chorando, reflexo da instabilidade que marca o atual momento da emissora.
Segundo informou o site Natelinha, as mudanças também atingiram a dramaturgia. Ricardo Mantoanelli, diretor nacional do núcleo desde a morte de Reynaldo Boury (1932-2022), foi desligado. Ele estava no SBT desde os tempos do Qual é o Seu Talento? e, a partir de 2016, migrou para a teledramaturgia, liderando projetos como Carinha de Anjo (2016), Poliana Moça (2022), A Infância de Romeu e Julieta (2023) e A Caverna Encantada (2024), esta última considerada um dos maiores fracassos de audiência recentes.

O gerente de dramaturgia, Claudio Lavorente, também foi demitido, encerrando de vez o núcleo de novelas da rede. Atualmente, A Caverna Encantada segue no ar, mas sem perspectivas de continuidade do departamento.
Segundo fontes internas, os cortes fazem parte de uma ampla reorganização liderada pela CEO Daniela Beyruti e devem continuar nos próximos dias, após seu retorno à rotina administrativa da emissora.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Laís Queiroz
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