A campanha global destaca a necessidade de ampliar o acesso a serviços de saúde materno-infantil desde a gestação. No Brasil, especialistas reforçam o papel da informação e do acolhimento.
Neste 7 de abril, é celebrado o Dia Mundial da Saúde, data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948 com o objetivo de chamar atenção para temas urgentes de saúde pública. Em 2025, a campanha internacional tem como foco o cuidado com mães e recém-nascidos, sobretudo nos períodos de gestação, parto e pós-parto.
Com o tema “Começos Saudáveis, Futuros Esperançosos”, a OMS destaca que o acesso a serviços de saúde qualificados, como pré-natal adequado, parto seguro e acompanhamento neonatal é essencial para reduzir mortes evitáveis e oferecer um início de vida mais seguro às crianças.
Quadro global ainda é alarmante
De acordo com o relatório mais recente da OMS (2024), mais de 800 mulheres morrem por dia no mundo em decorrência de complicações relacionadas à gravidez ou ao parto. A maioria desses casos ocorre por causas evitáveis, como hemorragias, infecções, hipertensão gestacional e falta de assistência médica especializada.
O cenário neonatal também preocupa: 2,3 milhões de recém-nascidos morrem a cada ano nos primeiros 28 dias de vida. As principais causas incluem prematuridade, asfixia perinatal, baixo peso ao nascer e infecções, fatores que poderiam ser prevenidos com cuidados básicos e contínuos de saúde.
Brasil enfrenta desafios na atenção materno-infantil
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diretrizes fundamentais por meio de programas como a Rede Cegonha e a Estratégia Saúde da Família, que promovem acesso gratuito ao pré-natal, incentivo ao parto humanizado e acompanhamento no pós-parto.
Apesar disso, os números seguem alarmantes: segundo dados do Ministério da Saúde, o país registrou 1.829 mortes maternas em 2022, sendo que a maior parte delas era evitável. Em relação à mortalidade infantil, o Brasil teve 11,2 óbitos por mil nascidos vivos, segundo o IBGE, índice acima da média de países com estrutura de saúde semelhante.
Émerlyn destaca os obstáculos enfrentados no pós-parto
Para profissionais da saúde que atuam na linha de frente, o pós-parto continua sendo um período marcado por desafios, tanto para as mulheres quanto para os profissionais que as acompanham.
“No pós-parto, mulheres enfrentam desafios como a escassez de profissionais qualificados, falta de escuta e acolhimento humanizado, dificuldades no acesso a consultas de revisão e apoio à amamentação. A sobrecarga emocional e a ausência de políticas efetivas de suporte também impactam o cuidado integral nas unidades públicas.”
— Émerlyn Roberta de Sousa Góes • COREN-SP: 841.093-ENF
Informação também é cuidado: o papel da comunicação
Além da assistência médica, a comunicação em saúde foi apontada pela OMS como uma ferramenta estratégica em 2025. Levar informações confiáveis, combater fake news e traduzir termos técnicos para a população são ações que ampliam o acesso ao cuidado, especialmente para gestantes e mães em situação de vulnerabilidade.
A jornalista Larissa Pan (MTB 0093649/SP) , que atua com conteúdo voltado à saúde, reforça:
“Como jornalista e atuante da área, acredito profundamente que a comunicação tem um papel fundamental quando falamos de cuidado e bem-estar. Em um cenário onde a desinformação ainda impacta tantas decisões, levar conteúdo confiável, acessível e claro pode literalmente salvar vidas. Mais do que informar, comunicar bem na área da saúde é criar pontes entre profissionais, pacientes e a sociedade, promovendo uma cultura de prevenção, acolhimento e empoderamento.”Assista ao depoimento completo da jornalista Larissa Pan sobre a importância da comunicação em saúde:
Começos saudáveis, futuros mais esperançosos
O Dia Mundial da Saúde 2025 convida à reflexão coletiva sobre a responsabilidade de cuidar de quem cuida e de quem acaba de chegar ao mundo.
O alerta da OMS reforça que garantir começos saudáveis, por meio do acesso à saúde, acolhimento e informação é o primeiro passo para a construção de futuros mais esperançosos para todos.
Por: Diellen Lisboa – Revisão Daniela Gentil