Policiais federais cumpriram, nesta quinta-feira (14), mandados de prisão e de busca e apreensão em uma operação que investiga um suposto esquema de corrupção na prefeitura de São Bernardo do Campo (SP). O operador financeiro Paulo Iram Paulino de Costa teria usado recursos desviados da administração municipal para custear despesas pessoais do prefeito afastado Marcelo Lima (Podemos) e de familiares, incluindo faturas de cartão de crédito, contas de celular e mensalidades universitárias.
Início das investigações e apreensões
A investigação começou após a apreensão de R$ 14 milhões em espécie, em reais e dólares, ligados a um servidor público suspeito de integrar o grupo criminoso. Além do afastamento de Marcelo Lima, a operação resultou na prisão preventiva de dois investigados e no cumprimento de 20 mandados de busca e apreensão, além de medidas para afastar sigilos bancário e fiscal.
Estrutura do esquema
Segundo a Polícia Federal, o esquema tinha controle financeiro informal, registrado em blocos de anotações com movimentações classificadas como “Personal”, “Lixo”, “Saúde” e “APTO” (apartamento). Mensagens entre o prefeito e Paulo Iram, trocadas entre julho e dezembro de 2022, indicam uma relação de subordinação financeira, com pagamentos realizados a pedido de Marcelo Lima e usando contas de terceiros para ocultar rastros.
Nomeações e rede de influência
O relatório da PF aponta que Marcelo Lima também utilizava sua posição para nomeações em órgãos públicos, incluindo a própria esposa e Paulo Iram, evidenciando uma rede de influência ligada às operações ilícitas.
Ações legais e próximas etapas
A operação foi realizada em cinco cidades do estado de São Paulo: São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá e Diadema. Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva. A investigação segue em andamento, com análise detalhada de contas, movimentações financeiras e auditoria de contratos e licitações.
Impacto político e perfil dos investigados
Marcelo Lima, ex-vereador e ex-deputado federal, foi eleito prefeito em 2024 com 55,7% dos votos válidos. Paulo Iram permanece foragido e utilizava mensagens temporárias para evitar rastros das transações. Especialistas destacam que casos como este exigem rigor do Judiciário para evitar impunidade e reforçar mecanismos de controle e transparência.
Por Alemax Melo | Revisão Sara Santos
VEJA TAMBÉM: Câmara aprova urgência para seis projetos, incluindo COP 30 e Carteira Nacional de Docente