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Desemprego cai a 5,8% e atinge menor nível da série histórica, aponta IBGE

Número de desocupados recua 17,4% e mercado de trabalho segue aquecido; renda média sobe e bate novo recorde

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,8% no segundo trimestre de 2025, o menor patamar desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), iniciada em 2012 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O dado, divulgado na última quinta-feira (31), confirma o bom momento do mercado de trabalho brasileiro e superou previsões que esperavam uma taxa de 6%, segundo levantamento da agência Reuters.

O resultado representa uma queda expressiva em relação aos 7,0% do primeiro trimestre de 2025 e também está abaixo dos 6,9% registrados no mesmo período de 2024. No total, 6,253 milhões de brasileiros estavam desocupados entre abril e junho, o que representa uma redução de 17,4% em relação ao trimestre anterior e de 15,4% na comparação anual.

A retração do desemprego é acompanhada por um crescimento no número de pessoas ocupadas, que alcançou 102,3 milhões de brasileiros, uma alta de 1,8% em relação ao primeiro trimestre e de 2,4% em relação ao segundo trimestre de 2024. Segundo o IBGE, esses números refletem a recuperação econômica e os ajustes nas estimativas populacionais baseadas no Censo Demográfico de 2022, cujos resultados foram incorporados nesta edição da pesquisa.

Renda recorde e impacto na inflação

Outro destaque importante do levantamento é o rendimento médio real dos trabalhadores, que subiu para R$ 3.477 no segundo trimestre, o maior valor da série histórica. A renda teve alta de 1,1% na comparação com o primeiro trimestre de 2025 e de 3,3% frente ao mesmo período do ano anterior.

Segundo especialistas, esse aumento da renda média tem efeitos positivos sobre o consumo das famílias e a atividade econômica como um todo. Porém, também acende um alerta em relação à inflação de serviços, que pode ser pressionada pela expansão da massa salarial.

O Banco Central já vem sinalizando preocupação com esse cenário. Na última reunião, a autoridade monetária decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, reforçando o compromisso com o controle da inflação, mesmo diante de um mercado de trabalho aquecido.

Detalhamento da força de trabalho

A pesquisa também revela que o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado chegou a 39,020 milhões, o maior já registrado, com crescimento de 0,9% em relação ao trimestre anterior. Já os trabalhadores sem carteira assinada totalizaram 13,539 milhões, um avanço de 2,6% no mesmo intervalo.

Outro grupo que apresentou crescimento foi o dos trabalhadores por conta própria, que chegou a 25,8 milhões. Já a taxa de informalidade no mercado de trabalho ficou em 37,8%, o que representa cerca de 38,7 milhões de brasileiros atuando sem acesso a direitos trabalhistas como férias, FGTS ou aposentadoria.

A população fora da força de trabalho foi estimada em 65,5 milhões de pessoas, enquanto a população desalentada, formada por pessoas que gostariam de trabalhar, mas desistiram de procurar por não encontrar oportunidades, caiu para 2,8 milhões, também o menor número da série histórica.

A taxa de participação na força de trabalho ficou em 62,4%, e o nível de ocupação (proporção de pessoas ocupadas em relação à população em idade de trabalhar) chegou a 58,8%, ambos recordes históricos.

Veja os principais números da PNAD Contínua – 2º trimestre de 2025:

  • Taxa de desemprego: 5,8%
  • População desocupada: 6,3 milhões
  • População ocupada: 102,3 milhões
  • População fora da força de trabalho: 65,5 milhões
  • População desalentada: 2,8 milhões
  • Empregados com carteira assinada: 39 milhões
  • Empregados sem carteira assinada: 13,5 milhões
  • Trabalhadores por conta própria: 25,8 milhões
  • Trabalhadores informais: 38,7 milhões
  • Taxa de informalidade: 37,8%
  • Rendimento médio real: R$ 3.477
  • Taxa de participação: 62,4%
  • Nível da ocupação: 58,8%

Nova base populacional do IBGE

Segundo Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa do IBGE, os dados do segundo trimestre de 2025 já incorporam as novas ponderações demográficas do Censo 2022. Com isso, as projeções populacionais utilizadas como base para os indicadores da PNAD Contínua foram atualizadas, conferindo maior precisão às estimativas do mercado de trabalho.

A atualização das estimativas populacionais impacta diretamente na mensuração da população economicamente ativa e ocupada. Isso contribui para melhor refletir a realidade do país e influencia diretamente nos recordes registrados neste trimestre”, afirmou Beringuy.

Efeitos externos: tarifas dos EUA e cenário econômico

Apesar do cenário doméstico favorável, o Brasil enfrenta incertezas no campo internacional devido ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre a maioria dos produtos brasileiros.

Embora o impacto direto sobre o emprego ainda seja difícil de calcular, especialistas alertam que, dependendo da duração e extensão dessas tarifas, setores exportadores podem ser afetados, especialmente os voltados ao agronegócio e à indústria de transformação. A decisão dos EUA excluiu alguns segmentos estratégicos como aeronaves, energia e suco de laranja.

Ainda assim, economistas avaliam que a tensão comercial pode afetar a confiança do empresariado, freando investimentos e impactando o mercado de trabalho nos próximos trimestres.

Visão geral: bons sinais com cautela

O resultado do segundo trimestre confirma uma tendência de recuperação do emprego formal e da renda, iniciada em 2023, com uma fase de crescimento puxada pelo consumo interno, fortalecimento do setor de serviços e expansão do crédito. No entanto, desafios estruturais, como a informalidade e a produtividade do trabalho permanecem.

O crescimento real da renda, sem ganhos de produtividade, pode gerar pressões inflacionárias, especialmente em setores onde o repasse de custos é mais imediato, como transporte, alimentação e habitação.

Para os próximos meses, o comportamento do mercado de trabalho vai depender da combinação entre política monetária, cenário externo e investimentos internos. O governo federal vem apostando em programas de incentivo à industrialização, obras de infraestrutura e estímulos ao microcrédito.

Por: Alemax Melo I Revisão: Thaisi Carvalho

LEIA TAMBÉM: Tarifaço dos EUA pode baratear alimentos no Brasil

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Marcia Dantas

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