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EUA enviam tropas para o Caribe Sul em ofensiva contra cartéis latino-americanos

Operação mira grupos designados como narcoterroristas e amplia presença militar norte-americana na região

Os Estados Unidos iniciaram uma nova ofensiva militar contra cartéis de drogas latino-americanos, enviando forças aéreas e navais para o Mar do Caribe Meridional. A informação foi confirmada por duas fontes à agência Reuters nesta quinta-feira (14), que apontaram que a ação visa “lidar com ameaças à segurança nacional dos EUA vindas de organizações narcoterroristas especialmente designadas na região”.

Embora o Pentágono ainda não tenha divulgado detalhes operacionais, a medida se insere na estratégia de segurança do presidente Donald Trump, que já havia sinalizado a intenção de utilizar as Forças Armadas para enfrentar quadrilhas de traficantes que foram classificadas como organizações terroristas globais.

Classificação inédita e expansão da guerra às drogas

Em fevereiro, o governo americano incluiu na lista de terroristas globais grupos como o Cartel de Sinaloa, do México, e o Tren de Aragua, da Venezuela. A decisão abriu caminho para o uso de recursos militares, de inteligência e de sanções típicas de operações antiterrorismo.

Desde então, os EUA intensificaram a vigilância aérea sobre áreas de atuação dos cartéis, utilizando aeronaves de reconhecimento e drones para mapear rotas e identificar alvos estratégicos. Ao menos dois navios de guerra já haviam sido enviados previamente para apoiar a segurança na fronteira e no combate ao tráfico de drogas por via marítima.

Fontes ligadas ao governo afirmam que a nova movimentação no Caribe Sul representa um “passo seguinte” dessa política, com potencial para incluir interceptações no mar, operações conjuntas com países aliados e, em casos extremos, incursões contra bases logísticas dos cartéis.

Contexto político e de segurança

A repressão aos cartéis é um dos pilares da política de Trump para a região. O plano está alinhado com outras medidas de sua gestão, como o reforço do muro na fronteira com o México, o aumento do efetivo da Patrulha de Fronteira e a ampliação de deportações. Segundo a Casa Branca, a presença militar no Caribe Meridional ajudará a cortar rotas marítimas usadas para contrabandear cocaína, fentanil e outras drogas para território norte-americano.

O governo também argumenta que cartéis de drogas representam não apenas um problema de segurança pública, mas uma ameaça estratégica, por financiarem atividades violentas, corromperem autoridades e colaborarem com outras redes criminosas internacionais.

Resistência internacional

Apesar da justificativa oficial, a medida gerou preocupação diplomática. O governo do México reafirmou que não aceitará tropas estrangeiras em seu território, enquanto autoridades de outros países latino-americanos temem que ações unilaterais dos EUA aumentem as tensões regionais.

Analistas alertam para o risco de incidentes internacionais, especialmente caso operações navais entrem em águas territoriais sem autorização. “Há um limite tênue entre proteger rotas comerciais e violar soberania nacional”, afirma o pesquisador mexicano José Ramírez, especialista em segurança hemisférica.

Histórico de propostas militares

Trump já havia oferecido enviar tropas ao México para ajudar no combate ao narcotráfico, proposta que foi rejeitada pelo governo mexicano. Na ocasião, autoridades mexicanas argumentaram que a cooperação deveria ocorrer no âmbito policial e de inteligência, e não por meio de presença militar estrangeira.

Nos bastidores, fontes militares norte-americanas reconhecem que a atuação no Caribe Meridional é vista como uma forma de manter pressão sobre os cartéis sem violar diretamente o território de países vizinhos. Ainda assim, críticos apontam que operações navais e aéreas em zonas de trânsito da droga podem afetar pescadores e embarcações civis, além de criar atritos diplomáticos.

Desafios e possíveis consequências

Especialistas em direito internacional lembram que, apesar de os EUA poderem atuar em águas internacionais, qualquer ação direta contra alvos em territórios estrangeiros depende de acordos bilaterais ou de autorização formal. Sem isso, tais medidas podem ser contestadas em fóruns internacionais, como a Corte Internacional de Justiça.

Outro ponto sensível é o impacto humanitário. Organizações não governamentais alertam que a militarização da guerra às drogas historicamente resultou em aumento de violência, deslocamento forçado de comunidades e violações de direitos humanos, especialmente em regiões dominadas por cartéis.

Para Washington, no entanto, os riscos são compensados pela necessidade de frear o fluxo de drogas sintéticas como o fentanil, que nos últimos anos provocou milhares de mortes por overdose no país.

Próximos passos

Ainda não está claro se a operação no Caribe Sul terá caráter temporário ou se marcará o início de uma presença militar prolongada na região. Fontes indicam que a estratégia pode incluir cooperação ampliada com guarda-costeiras e marinhas de países do Caribe e da América Central, visando criar um cinturão de contenção contra o narcotráfico.

O Departamento de Defesa também avalia aumentar a integração com agências de combate ao crime, como a DEA (Agência Antidrogas dos EUA), e expandir programas de treinamento e fornecimento de equipamentos para forças policiais estrangeiras.

Enquanto isso, no Congresso americano, parlamentares discutem os limites legais e orçamentários para esse tipo de operação. Setores mais conservadores defendem a ampliação das ações militares, enquanto críticos argumentam que o combate ao narcotráfico deve priorizar a inteligência e a cooperação internacional, evitando confrontos diretos.

Por Alemax Melo l Revisão: Daniela Gentil

VEJA TAMBÉM: Caça dos EUA despenca no Mar Vermelho durante ataque Houthi: tensão militar atinge novo pico

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Marcia Dantas

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