Encerra-se nesta terça-feira, 30 de setembro de 2025, o prazo para inscrições de representantes da sociedade civil interessados em integrar a delegação oficial do Brasil na 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). O evento será realizado em Belém (PA), entre os dias 10 e 21 de novembro, e deve reunir líderes mundiais, governos, cientistas e ativistas para discutir ações de combate à crise climática.
As inscrições devem ser feitas por meio de formulário disponível no Portal do Brasil Participativo, limitado a uma resposta por CPF. Podem se candidatar ONGs, movimentos sociais, associações do setor produtivo, empresas, povos e comunidades tradicionais, sindicatos, instituições acadêmicas e representantes dos poderes subnacionais (Executivo, Legislativo e Judiciário dos estados, municípios e do Distrito Federal).
De acordo com o governo federal, o credenciamento busca garantir diversidade de vozes e ampliar a mobilização da sociedade em torno da justiça climática.
Credenciamento e acesso à Zona Azul
Os delegados selecionados terão acesso à Zona Azul, espaço controlado pela UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), onde acontecem negociações oficiais, reuniões técnicas e eventos paralelos.
A etapa final será conduzida pela própria UNFCCC, responsável pela confirmação do credenciamento. As orientações serão enviadas por e-mail aos escolhidos, com instruções para a retirada das credenciais.
Quem pode participar
O processo contempla três frentes de representação:
- Setor Privado: empresas ou associações ligadas a segmentos produtivos.
- Sociedade Civil: ONGs, movimentos sociais, coletivos, redes, povos tradicionais, sindicatos e instituições acadêmicas.
- Subnacionais: representantes estaduais, municipais e distritais dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Os povos indígenas, por sua vez, terão credenciamento específico, conduzido pelo Ciclo CoParente, coordenado pelo Ministério dos Povos Indígenas.
Justiça climática com perspectiva racial
A COP30 também marcará a instalação da comissão internacional de comunidades afrodescendentes, em parceria com diversos ministérios. A iniciativa contará com quilombolas de 16 países da América Latina e será conduzida pelo Ministério da Igualdade Racial, em conjunto com as pastas do Meio Ambiente, Povos Indígenas, Desenvolvimento Agrário e Relações Exteriores.
Segundo a Ministra da Igualdade Racia Anielle Franco, a participação do Brasil na conferência terá como foco valorizar populações historicamente marginalizadas.
“A atuação do Governo do Brasil na COP30 vai destacar a importância da justiça racial ambiental e ressaltar quilombolas e indígenas como agentes de preservação do planeta. A ideia é promover políticas de reparação que devolvam aos povos tradicionais o direito de viver em ambiente seguro”, afirmou.
Expectativa para Belém
Esta será a primeira vez que uma COP acontece na Amazônia, região considerada estratégica para o equilíbrio climático mundial. A escolha de Belém reforça o papel do Brasil como protagonista nos debates ambientais e deve atrair milhares de participantes de todo o planeta.
Além do impacto político e ambiental, a conferência terá reflexos na economia local, com investimentos em infraestrutura, turismo e serviços para receber delegações de mais de 190 países.
Resultado da seleção
O governo prevê divulgar a lista de selecionados na primeira quinzena de outubro. Até lá, candidatos devem concluir a inscrição no formulário eletrônico Brasil Participativo, válido apenas até hoje, 30 de setembro de 2025.
Por Alemax Melo | Revisão: Daniela Gentil
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