De acordo com a ordem executiva publicada pelo governo dos Estados Unidos, foi listada uma elevação nas tarifas de importação, variando de 10% a 41%, para 69 parceiros comerciais, com início em sete dias. Alguns países conseguiram negociar acordos para reduzir tarifas, mas outros não tiveram oportunidade de negociar com a administração Trump, que afirmou que mais acordos comerciais estão em negociação, numa tentativa de fechar déficits comerciais e fortalecer a indústria nacional.
Produtos de todos os outros países que não constam na lista serão taxados com uma tarifa de importação de 10% pelos EUA, embora Trump já tenha sugerido anteriormente que essa alíquota poderia ser ainda maior. Outros detalhes ainda serão anunciados, como os critérios relacionados às “regras de origem” que determinarão quais produtos podem ser alvo de tarifas ainda mais elevadas.
O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, manifestou desapontamento com a decisão de Trump e prometeu tomar medidas para proteger os empregos no Canadá e diversificar os mercados de exportação do país. Ele afirmou, em publicação na rede social X (antigo Twitter), que o governo canadense permanece disposto a negociar com os EUA, mas está focado em fortalecer o Canadá a partir do que está sob seu controle.
O México conseguiu uma prorrogação de seu acordo comercial vigente enquanto as negociações continuam, evitando, por ora, uma tarifa de 30% sobre a maioria dos produtos mexicanos não automotivos e não metálicos que estejam em conformidade com o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA).
Já as mercadorias da Índia tendem a ser taxadas em 25%, pois as negociações travaram em razão do acesso dos EUA ao setor agrícola indiano, o que levou Trump a ameaçar taxar ainda mais, inclusive sugerindo uma penalidade não especificada relacionada às compras de petróleo russo pela Índia. Embora as conversas continuem, o governo indiano prometeu defender seu setor agrícola, intensificando a mão de obra.
Para o Brasil, os Estados Unidos impuseram uma tarifa elevada de 50% sobre a maioria dos produtos brasileiros, com vigência a partir de 6 de agosto de 2025. Essa medida se tornou um dos pontos centrais da crise comercial e diplomática entre os dois países.
O presidente dos Estados Unidos excluiu itens da lista como: suco de laranja, madeira, energia, minérios, ferro-gusa, metais preciosos e outros derivados industriais como celulose e fertilizantes. O desfecho dessa disputa comercial ainda depende das negociações futuras, que serão decisivas para o equilíbrio econômico entre os dois países. Haddad afirma que há espaço para parceria com os EUA.
Por Kátia Gomes | Revisão: Daniela Gentil
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