Após reassumir o comando da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou na noite desta quarta-feira (6) que a democracia “não pode ser negociada” e que interesses pessoais ou eleitorais não devem estar acima da vontade do povo.
A tentativa de abertura da sessão foi marcada por tensão. Motta foi impedido de se sentar na cadeira da Presidência por um grupo de parlamentares que ocupava o espaço. O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) se recusou a desocupar o assento, enquanto a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) permaneceu no plenário com a filha de colo. Após críticas, ela admitiu ter usado a presença da bebê como estratégia política.
“Os que estão atacando minha bebê não estão preocupados com a integridade da criança, e sim querem inviabilizar o exercício profissional de uma mulher, usando sim uma criança como escudo. Canalhas!”, escreveu Zanatta nas redes sociais.
Outra parlamentar, a deputada Carol de Toni (PL-SC), também levou sua filha pequena para o plenário ocupado.
Após negociações e conversas, Motta conseguiu reassumir o posto e declarou:
“Não podemos deixar que projetos pessoais e até projetos eleitorais estejam à frente do que é maior que todos nós: o nosso povo.”
Durante o impasse, o presidente da Câmara chegou a ameaçar suspensões de mandato por até seis meses e acionou a Polícia Legislativa, que foi posicionada na entrada do plenário.
Apesar da crise, Motta afirmou que o caminho para a reconstrução institucional passa pelo entendimento:
“Vamos continuar apostando no diálogo. Só o diálogo mostrará a luz das grandes construções que o Brasil precisa. Nossa democracia não pode ser negociada.”
Por Katia Gomes | Revisão: Daniela Gentil
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