O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou na última quinta-feira (31) a imposição de sanções contra autoridades da Autoridade Palestina (AP) e da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Segundo comunicado oficial, as medidas incluem a proibição de entrada no país para funcionários palestinos, cujos nomes não foram divulgados, acusados de violar compromissos assumidos em processos de paz anteriores.
De acordo com o texto enviado ao Congresso norte-americano, a decisão se baseia na constatação de que a AP e a OLP “não estão cumprindo seus compromissos” previstos em legislações específicas dos EUA. A avaliação é de que ambas as entidades vêm adotando iniciativas que “internacionalizam o conflito com Israel”, citando como exemplo as ações apresentadas ao Tribunal Penal Internacional (TPI) e à Corte Internacional de Justiça (CIJ).
As tensões aumentaram desde novembro de 2024, quando o TPI emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, por alegações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Paralelamente, a CIJ investiga se Israel comete genocídio na Faixa de Gaza.
O que diz o comunicado?
No comunicado, o governo dos Estados Unidos afirma ainda que tanto a OLP quanto a Autoridade Palestina têm promovido ações em instituições internacionais que, segundo o Departamento de Estado, “minam e contradizem compromissos anteriores assumidos no âmbito das Resoluções 242 e 338 do Conselho de Segurança da ONU”.
Além disso, Washington acusa ambas as organizações de manterem o apoio ao terrorismo. As acusações incluem suposta incitação à violência, especialmente em materiais escolares e o fornecimento de pagamentos e benefícios a palestinos envolvidos em ataques, bem como a suas famílias.
“É do nosso interesse de segurança nacional impor consequências e responsabilizar a OLP e a AP por não cumprirem seus compromissos e por minarem as perspectivas de paz”, diz o comunicado.
O anúncio ocorre em um momento sensível para a diplomacia internacional, com o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, em visita a Israel, enquanto permanecem suspensas as negociações de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, mediadas pelo Catar.
Até o momento, nem a Autoridade Palestina nem a OLP comentaram oficialmente as sanções.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Laís Queiroz
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