Menina de 1 ano e 5 meses ficou com hematomas no rosto e nas costas. Pais acusam a escola de negligência e prometem acionar a Justiça por danos morais.
Um caso grave de negligência escolar em Carapicuíba, na Grande São Paulo, gerou revolta entre os pais de uma bebê de 1 ano e 5 meses. A criança foi vítima de mais de 12 mordidas no rosto e nas costas dentro da Escola de Educação Infantil Vila Sésamo, conveniada com a Prefeitura de Carapicuíba.
Segundo a mãe da menina, a assistente de marketing Pâmela Ramos, a filha ficou profundamente abalada emocionalmente, apresenta sinais de medo e não consegue mais interagir com o irmão mais velho, de 7 anos.
O episódio aconteceu na tarde de segunda-feira (31/03). Após o ocorrido, os pais decidiram que a filha não voltará à escola neste ano, devido ao estresse pós-traumático. Foi instaurado inquérito policial no 2º Distrito Policial de Carapicuíba para investigar a situação. Paralelamente ao processo criminal, a família irá processar a escola por danos morais.
“Minha filha chegou feliz e saudável. À tarde, estava coberta de hematomas. Isso é inaceitável”, desabafa Pâmela.
Agressões ocorreram dentro da sala de aula

De acordo com os relatos, a bebê sofreu pelo menos 12 mordidas no rosto, principalmente nas bochechas, além de uma nas costas. A direção da creche culpou outra criança da mesma idade, que já havia mordido outro aluno anteriormente. A criança agressora foi afastada da escola. A professora responsável foi demitida após o incidente, mas os pais consideram que a atitude da escola foi tardia e insuficiente.
“A direção só pediu desculpas. Disseram que ninguém viu nada porque as mordidas aconteceram na hora do lanche. Isso é negligência”, critica a mãe.
Família denuncia maus-tratos
A mãe afirma que a escola não prestou os primeiros socorros nem encaminhou a criança ao pronto atendimento, mesmo diante da gravidade das lesões.
“Isso não foi acidente. Foi maus-tratos. Jamais imaginei ver minha filha ser agredida em um ambiente escolar”, afirma. Os pais exigem justiça e responsabilização dos envolvidos:
“Não podemos deixar esse caso impune. A escola, a administração e todos os responsáveis devem ser punidos. Não queremos que nenhuma outra criança passe por isso.”
O que diz a Prefeitura de Carapicuíba
Em nota enviada à imprensa, a Secretaria de Educação de Carapicuíba afirmou que só tomou conhecimento do caso após postagens nas redes sociais. A gestão diz que enviou um supervisor à unidade escolar e iniciou as providências cabíveis imediatamente.
“A professora foi desligada da instituição. A escola será advertida e uma sindicância será instaurada. O contrato com o município poderá ser revisto. A Prefeitura reafirma seu compromisso com a segurança e o bem-estar dos alunos.”
Após a divulgação do caso, internautas e moradores da cidade expressaram indignação com a situação. Pais de outras crianças manifestaram apoio à família e pediram fiscalização mais rigorosa em creches conveniadas com a Prefeitura.

Cristina Christiano é jornalista com extensa carreira profissional, tendo atuado em diversos veículos impressos e audiovisuais nas áreas de polícia, justiça, saúde, educação, comportamento, urbanismo, direitos humanos, economia, entre outras. Fez diversas reportagens especiais, além de séries de repercussão e recebeu já vários prêmios por seu trabalho.