Ao entrar nas redes sociais e rolar a tela de postagens, é possível visualizar instantaneamente publicações relacionadas a um padrão de “corpos ideais”, além da realização e divulgação de procedimentos estéticos. Essa onda de “beleza padrão da internet” causa comparações em muitas pessoas, principalmente em mulheres, o que pode causar transtornos, incluindo a dismorfia corporal.
A dismorfia corporal é um transtorno mental que afeta a percepção da pessoa em relação às partes do próprio corpo, o que leva a paciente a enxergar problemas imperceptíveis ou que não existem.
De acordo com a psicóloga Luciana de Paula, o transtorno dismórfico corporal afeta a autoimagem e autoestima da paciente, podendo desencadear ansiedade, depressão, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), isolamento social e transtorno alimentar.
“Essa pessoa acaba tendo dificuldade de se expor. Muitas vezes ela pode se esconder, evitar tirar fotos, evitar eventos públicos e tender a um isolamento”, explica a psicóloga.
Principais sintomas da dismorfia corporal
- Vergonha de si mesma;
- Evitar o espelho ou olhar muito para ele;
- Fazer atividade física em excesso;
- Demonstrar muita preocupação por determinada parte do corpo;
- Estresse ou tristeza excessivos;
- Buscar muitos procedimentos estéticos.
Papel das redes sociais na dismorfia corporal
Luciana explica que as comparações com outras mulheres surgem da idealização de um corpo padrão. “Muitas meninas começam a querer se encaixar nesse padrão idealizando um tipo de corpo, pele, cabelo ou rosto perfeito”, ressalta. Dessa forma, olhar no espelho e não se sentir incluída pode agravar o quadro.
Além disso, pacientes que já possuem transtorno de ansiedade, ou que vem de um lar onde essa questão é muito debatida são mais propensas a desenvolverem a dismorfia.
“Hoje em dia existe uma busca por um padrão estético que acaba naturalizando e normalizando a insatisfação com o nosso corpo”, comenta a psicóloga.
É essa idealização que muitas vezes leva a realização de procedimentos estéticos. De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, o Brasil é o segundo país que mais faz intervenções estéticas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. No Brasil, a cirurgia mais realizada entre as mulheres é a lipoaspiração.
Como tratar a dismorfia corporal?
O tratamento do transtorno dismórfico corporal consiste em acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Em casos onde o transtorno alimentar é desenvolvido, é necessário consultar também um nutricionista. Com o auxílio profissional, é possível distorcer a percepção que a paciente tem de si mesma.
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Por: Lorrayne Rosseti | Revisão: Thaisi Carvalho