Um incêndio em um reator da Subestação de Bateias, em Campo Largo (PR), provocou um apagão que atingiu todas as regiões do país na madrugada desta terça-feira (14). Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o incidente ocorreu por volta de 0h30 e provocou a interrupção de cerca de 10 mil megawatts de carga, afetando os quatro subsistemas do Sistema Interligado Nacional (SIN) — Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
De acordo com o ONS, o incêndio desligou toda a subestação de 500 kV e interrompeu a interligação entre as regiões Sul e Sudeste/Centro-Oeste. No momento da falha, a região Sul exportava aproximadamente 5 mil MW para o Sudeste e Centro-Oeste.
O sistema de proteção automática, chamado ERAC (Esquema Regional de Alívio de Carga), foi acionado para evitar danos maiores. Mesmo assim, houve perda de carga em vários estados, com interrupções que variaram entre poucos minutos e cerca de uma hora.
Durante a madrugada, moradores de ao menos 15 estados — entre eles São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Amazonas — relataram queda de energia. No Distrito Federal, segundo a Neoenergia Brasília, cerca de 300 mil clientes ficaram sem luz por mais de 30 minutos.
Empresas como Enel, Cemig, CPFL Energia, Copel e Amazonas Energia também registraram instabilidade no fornecimento. Em Manaus, Parintins e Itacoatiara, o apagão durou cerca de 15 minutos, entre 00h09 e 00h25.
O ONS informou que o fornecimento foi restabelecido gradualmente. As regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste tiveram a energia normalizada em até 1h30 após a falha, enquanto o Sul levou cerca de 2h30 para recomposição total.
Ministro nega risco de colapso no sistema
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o episódio foi um “problema elétrico pontual” e que o desligamento não ocorreu por falta de energia.
“Foi um problema técnico localizado em uma estação de grande porte. Não houve déficit de geração nem grandes danos ao sistema elétrico nacional”, disse o ministro.
Segundo Silveira, o governo acompanha o caso junto ao ONS e às concessionárias de energia para garantir a estabilidade do sistema.
O que acontece agora
O ONS informou que realizará ainda nesta terça-feira uma reunião com os principais agentes do setor elétrico para discutir as causas da ocorrência.
Um relatório preliminar sobre o apagão deve ser concluído até sexta-feira (17), na chamada Análise da Perturbação, que servirá de base para o Relatório de Análise da Perturbação (RAP).
Por Daniela Gentil | Revisão: Redação
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