O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última quarta-feira (9), os resultados finais do Censo Demográfico 2022. Os dados revelam que, em 2022, mais de um terço (35,3%) dos trabalhadores brasileiros recebiam até um salário mínimo, equivalente a R$1.212 na época. Esse cenário reflete uma tendência preocupante de baixa remuneração no mercado de trabalho nacional.
O levantamento também destaca disparidades significativas entre diferentes grupos sociais. Homens apresentaram rendimento médio mensal de R$3.115, superando em 24,3% o valor registrado por mulheres, que foi de R$2.506.
Além disso, as diferenças raciais são evidentes: trabalhadores identificados como amarelos e brancos tiveram rendimentos médios de R$ 5.942 e R$ 3.659, respectivamente, enquanto os negros (pardos e pretos) e indígenas apresentaram valores inferiores, com médias de R$ 2.186, R$ 2.061 e R$ 1.683, respectivamente.
Distribuição regional desigual
A desigualdade também se reflete na distribuição geográfica dos rendimentos. Em 520 dos 5.571 municípios brasileiros (aproximadamente 9,3%), o rendimento médio do trabalho era inferior a um salário mínimo. Por outro lado, em 19 municípios, esse valor registrado é superior a quatro salários mínimos. Os municípios com os menores rendimentos médios estavam localizados principalmente no Nordeste, como Cachoeira Grande (MA), com R$750 mensais. Em contraste, os com maiores rendimentos estavam no Sul e Sudeste, como Nova Lima (MG), São Caetano do Sul (SP) e Santana de Parnaíba (SP), com rendimentos médios de R$6.929, R$6.167 e R$6.081, respectivamente.
Desafios e Visão de futuro
Esses dados evidenciam a necessidade de políticas públicas que promovam a valorização do trabalho e a redução das desigualdades regionais e sociais. A implementação de medidas que incentivem a educação, a capacitação profissional e a inclusão social são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores brasileiros e promover um desenvolvimento mais equitativo no país.
Por: Lais Pereira da Silva| Revisão: Laís Queiroz
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