O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou na última quarta-feira (30) a imposição de tarifa extra de 40% sobre produtos brasileiros, elevando a tarifa total para 50% com uma série de exceções. A tarifa entrará em vigor no dia 6 de agosto de 2025 e afeta diretamente alimentos como carnes, frutas, pescados e café.
Apesar do impacto amplo, a ordem executiva assinada por Trump excluiu alguns itens da tarifa adicional, entre eles o suco de laranja e as castanhas-do-pará, além de setores estratégicos como aeronaves, fertilizantes e petróleo. A decisão acalmou parte do setor agroexportador, mas não foi suficiente para conter os efeitos no mercado interno.
Com a expectativa de retração nas exportações, produtos como carne bovina, pescados e frutas começam a se acumular no mercado interno. Esse redirecionamento de estoques faz com que os preços ao consumidor final comecem a cair em algumas regiões.
Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram redução nos preços de itens específicos. O quilo do salmão caiu 2,36%, o do camarão, 1,80%, e o da laranja-pêra, 9,12%. Até cortes nobres como o filé mignon apresentaram leve retração. A explicação está na menor demanda externa e na necessidade de escoar a produção dentro do país.
Apesar do alívio no bolso, analistas econômicos fazem um alerta: o movimento pode ser passageiro. Se houver redução na entrada de dólares pela balança comercial, o câmbio tende a subir, o que encarece insumos importados, combustíveis e, por consequência, toda a cadeia de produção e distribuição de alimentos.
Por Kátia Gomes | Revisão: Laís Queiroz
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