A visita do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva à França, nos dias 5 e 6 de junho de 2025, teve ampla repercussão na imprensa internacional e confirmou Emmanuel Macron como o principal aliado de Lula na Europa. Veículos como France 24, Le Monde, Reuters, CNN Brasil, El País e Der Spiegel destacaram a importância geopolítica do encontro e as expectativas para a agenda bilateral.
Mais do que uma simples reunião diplomática, a passagem de Lula por Paris mostra uma estratégia clara: a França e Macron são hoje a porta de entrada do Brasil na Europa. Entre os líderes europeus, o francês mantém a relação mais próxima e constante com Lula – seja na defesa de pautas ambientais conjuntas, seja na tentativa de avançar em negociações como o acordo entre Mercosul e União Europeia.
A agenda do presidente brasileiro na França se estende até o dia 9 de junho e inclui, além das reuniões com Macron, encontros com empresários, líderes culturais e preparativos para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém, Brasil, em novembro de 2025.
Segundo a cobertura da imprensa, Lula reforçou o interesse em acelerar as negociações para o acordo comercial entre os dois blocos, com a expectativa de avanços concretos já nos próximos meses. No entanto, a complexidade do tema e as diferentes posições dentro da União Europeia ainda exigem diálogo e construção conjunta.
Além do acordo, outros temas tiveram destaque durante a visita:
Clima e meio ambiente: Os dois líderes devem assinar uma nova declaração climática, fortalecendo a parceria em iniciativas sustentáveis e na preservação das florestas tropicais.
Crises internacionais: A guerra na Ucrânia e o conflito em Gaza foram tratados em conversas diplomáticas, com Lula destacando o papel do Brasil como agente de diálogo e equilíbrio.
Educação e inovação: Estão previstos novos convênios entre universidades francesas e brasileiras, além de parcerias em pesquisa científica e transição energética.
A Reuters destacou o tom firme de Lula em relação ao acordo comercial, enquanto o El País ressaltou a tentativa conjunta de enviar uma mensagem de estabilidade global, em meio a um cenário internacional fragmentado.
Com o apoio explícito de Macron, Lula amplia a influência internacional e reposiciona o Brasil como ator central nos debates sobre comércio, clima e governança global. A imagem conjunta dos dois presidentes em Paris não foi apenas simbólica – foi estratégica: Macron funciona, hoje, como o avalista político de Lula na Europa.
Por David Gonçalves – correspondente MD News na Itália | Revisão: Daniela Gentil
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