Na sessão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que julga o chamado “núcleo 1” da ação penal sobre a suposta tentativa de golpe, o advogado Jair Alves Pereira, que defende o tenente-coronel Mauro Cid, negou que seu cliente tenha sido pressionado de qualquer forma a colaborar com as investigações.
“Não houve coação. Eu posso não concordar com o relatório ou com o indiciamento do delegado, mas isso não significa que houve ilegalidade ou abuso. O trabalho da Polícia Federal foi ético e profissional”, declarou Pereira, em sua sustentação de defesa nesta terça-feira (2).
O advogado elogiou a maneira como agiu a equipe do delegado Flávio Schor responsável pela condução da operação. Ele disse que não houve nenhum contato entre os investigadores e Cid sem a presença da defesa. “Foram absolutamente corretos em todos os procedimentos”, reforçou.
Antes de tratar do mérito jurídico, Pereira tentou apresentar outra faceta do seu cliente que não a de “colaborador” ou “ajudante de ordens de Jair Bolsonaro”. O advogado lembrou da carreira militar de Cid, que passou pela brigada paraquedista de operações especiais e recebeu mais de 15 medalhas de honra. . “Ele é um tenente-coronel com mais de 30 anos de Exército, e essa história precisa ser considerada”, frisou.
A sessão foi retomada às 14h15, após a leitura do relatório do processo feita pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, que durou cerca de 1h40. A defesa de Cid foi a primeira a se manifestar, já que o militar é colaborador no processo. Os advogados têm até uma hora para apresentar a sustentação oral.
Por Aline Feitosa | Revisão: Daniela Gentil
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