O corpo da publicitária Juliana Marins, de 26 anos, passou por nova necropsia na última quarta-feira (2), no Instituto Médico-Legal do Rio de Janeiro, após ser repatriado da Indonésia. A jovem havia desaparecido durante uma trilha no monte Rinjani, em Lombok, e foi encontrada morta quatro dias depois.
A nova perícia foi solicitada pela família à Justiça brasileira, com o objetivo de esclarecer as circunstâncias da morte. A necropsia contou com a participação de peritos do IML, representantes da Polícia Civil e um perito assistente da família.
Causa da morte
De acordo com o laudo oficial, Juliana sofreu hemorragia interna provocada por lesões traumáticas múltiplas, incluindo fraturas graves no crânio, tórax e pelve. Os peritos indicam que os ferimentos são compatíveis com impacto de alta energia cinética, o que sugere uma queda de grande altura sobre a superfície rochosa.
Estado do corpo e limitações da análise
O corpo chegou ao Brasil embalsamado, o que comprometeu parte importante dos exames. Segundo o laudo, o lapso temporal de quatro dias entre a morte e a necropsia, somado ao processo de conservação, impediu a avaliação de diversos indicadores periciais:
- Não foi possível estimar com precisão o horário da morte;
- Houve prejuízo na análise de rigidez cadavérica, livores e temperatura corporal;
- Fatores como hipotermia, desidratação, exaustão física e até sinais de violência sexual não puderam ser avaliados com rigor.
“Considerando, única e exclusivamente, o corpo da vítima, o perito conclui como prejudicado pelo lapso temporal e as condições de embalsamento que chegou o cadáver” — trecho do laudo citado pela reportagem do G1.
Outras observações
Apesar das limitações, a perícia observou ressecamento ocular e algumas lesões musculares, mas não encontrou indícios de desnutrição, uso de substâncias ilícitas ou sinais visíveis de agressão sexual. Exames genéticos complementares ainda estão em andamento para verificar a presença de material biológico masculino.
Sobrevida e sinais no corpo
Os peritos avaliam que Juliana pode ter sobrevivido entre 10 e 15 minutos após o impacto fatal, embora sem condições de se mover ou pedir socorro. Foram identificadas marcas de arrasto no corpo, compatíveis com o deslizamento natural do terreno onde foi encontrada.
Dinâmica da queda ainda sob apuração
A sequência exata dos eventos que levaram à morte de Juliana ainda não pôde ser determinada. O laudo complementar, que analisará a dinâmica da queda, está em andamento. A ausência de dados ambientais, como clima e condições do terreno no momento do acidente, dificultam a confirmação sobre possíveis múltiplas quedas.
Por Daniela Gentil | Revisão: Redação
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