O prefeito de Florianópolis, Topázio Silveira Neto, decretou nesta quinta-feira (1º), situação de emergência em saúde pública devido ao crescimento acelerado dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no município. A decisão foi oficializada por meio de decreto publicado em edição extra do Diário Oficial e terá validade de 180 dias, podendo ser prorrogada conforme a evolução do cenário epidemiológico.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a capital catarinense enfrenta uma pressão crescente sobre o sistema hospitalar, com ocupação de 100% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, pediátrica e adulta — tanto em hospitais da capital quanto em unidades de saúde de municípios da Grande Florianópolis.
Além disso, os leitos de retaguarda hospitalar, utilizados para desafogar os atendimentos de maior gravidade, também atingiram a ocupação total, o que, segundo a prefeitura, resultou na superlotação dos centros de atendimento de urgência e emergência. “Vivemos um cenário crítico, com elevado risco sanitário para a população. Precisamos agir com rapidez e firmeza”, afirmou o prefeito Topázio, em nota divulgada à imprensa.
Contratações emergenciais e flexibilização de processos
Com o decreto, o município está autorizado a adotar uma série de medidas excepcionais. Entre elas estão a contratação temporária de profissionais da saúde para reforçar o atendimento nas unidades municipais, a ampliação da carga horária dos contratos administrativos já vigentes e a dispensa de licitação para aquisição de insumos, equipamentos e serviços essenciais ao enfrentamento da emergência sanitária.
A secretária municipal de Saúde, Carla Leal, destacou que o número de atendimentos por complicações respiratórias quase dobrou nas últimas semanas. “Estamos vivendo um aumento atípico de infecções respiratórias, principalmente entre crianças e idosos. A taxa de ocupação hospitalar ultrapassou os níveis de segurança, e precisamos mobilizar todos os recursos disponíveis”, declarou.
Prevenção e colaboração da população
A prefeitura também reforça a importância das medidas de prevenção, como a vacinação contra a gripe e outras doenças respiratórias, o uso de máscaras em locais fechados ou com aglomerações, e a higienização constante das mãos. A população é orientada a procurar atendimento médico apenas em casos moderados ou graves, para evitar ainda mais pressão sobre as unidades de pronto-atendimento.
Florianópolis já havia registrado surtos respiratórios no início do ano, mas o atual cenário é considerado o mais grave desde o período pós-pandemia da Covid-19. O município também articula com o Governo do Estado o envio de recursos e a abertura de novos leitos provisórios.
A expectativa é que, com o reforço nas equipes e a reorganização da rede, seja possível diminuir a sobrecarga e garantir atendimento adequado à população durante os próximos meses.
Por Alemax Melo | Revisão: Daniela Gentil