Mesmo após ser detida na Itália e afastada de suas funções parlamentares, Carla Zambelli (PL-SP) continua mantendo altos gastos com seu gabinete na Câmara dos Deputados. Em maio, o gabinete registrou R$ 127,8 mil em despesas, incluindo salários, consultorias, serviços gráficos e administrativos.
O dado que chama atenção é que, entre setembro e outubro – período em que a deputada já estava presa – o gabinete contratou dez novos funcionários. Hoje, mesmo sem que Zambelli exerça o mandato, são 12 servidores contratados.
O valor que impressiona
Para efeito de comparação, os R$ 127,8 mil gastos em maio seriam suficientes para pagar o Bolsa Família de 213 famílias, considerando R$ 600 por mês por família. A comparação é apenas ilustrativa, já que as rubricas são diferentes, mas evidencia o contraste entre o custo da máquina parlamentar e a realidade social do país.
Mandato ausente, verba ativa
A manutenção das despesas, mesmo sem a titular do mandato, levanta questionamentos sobre o uso do dinheiro público e a ausência de mecanismos que suspendam automaticamente a verba de gabinete em casos de afastamento judicial ou detenção.
O MD News tentou contato com a assessoria e com o gabinete da deputada, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.
A pergunta que não quer calar
O que impressiona não é apenas o gasto elevado de um gabinete cujo titular está afastado. É saber que esse dinheiro é público, fruto dos impostos pagos pelos brasileiros. Qual é a linha tênue entre o que pode e o que não pode? Onde os recursos públicos devem ser aplicados? Para onde vai o dinheiro do contribuinte?
Por David Gonçalves | Revisão: Daniela Gentil
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