A defesa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, minimizou a chamada “minuta do golpe”, encontrada em sua casa durante operação da Polícia Federal (PF).
Durante sustentação oral no julgamento do núcleo 1, que apura a suposta trama golpista, o advogado Eumar Novacki afirmou, diante da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que o documento é “a famosa minuta do Google”.
Segundo ele, o texto circula na internet de forma ilegítima, sem autoria e sem validade jurídica. “Era uma minuta apócrifa, que nunca circulou e nunca foi discutida”, disse o defensor.
Além disso, Novacki rebateu a acusação de que Torres teria se omitido durante os ataques de 8 de janeiro de 2023, quando ocupava o cargo de secretário de Segurança do DF. A PGR o acusa de ter se ausentado de Brasília de forma estratégica em meio à crise.
O advogado, no entanto, sustentou que a viagem aos Estados Unidos estava programada muito antes dos atos golpistas. “Era uma viagem de férias, organizada com antecedência e com a família. As passagens foram emitidas muito antes dos acontecimentos”, reforçou.
A defesa também negou qualquer envolvimento de Torres, à época ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, em operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que teriam dificultado o transporte de eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva no Nordeste, no segundo turno das eleições de 2022.
“Não há uma ação direta de Anderson Torres”, concluiu Novacki.
O julgamento prossegue nesta semana com as sustentações dos demais advogados dos réus.
Por Aline Feitosa | Revisão: Daniela Gentil
VEJA TAMBÉM: Trabalharam até o último momento pela insurgência popular, diz Gonet em julgamento de Bolsonaro