Um homem de 31 anos foi condenado a 13 anos e 7 meses de prisão após se passar por motorista de aplicativo para assaltar passageiras no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. A Justiça classificou os crimes como hediondos.
Identificado como Juan Emanuel Feliz dos Santos, o acusado alugava veículos com documentos falsos e abordava mulheres que chegavam de viagem, especialmente à noite. Ele se apresentava como motorista do aplicativo, convencia as vítimas a entrar no carro e, durante o trajeto, anunciava o assalto, mantendo-as em cárcere por até duas horas.
A condenação foi assinada pelo juiz Gerdinaldo Quichaba Costa, da 13ª Vara Criminal de São Paulo, pelos crimes de roubo e extorsão com restrição de liberdade.
Primeiro caso
O primeiro registro ocorreu em 2 de setembro de 2024, contra uma advogada de 32 anos. Ao desembarcar de Brasília, ela solicitou transporte por aplicativo até Perdizes, zona oeste da capital. A corrida começou normalmente, mas poucos minutos depois o falso motorista sacou uma faca escondida na manga e anunciou o assalto.
A vítima permaneceu sob ameaça por quase duas horas, sendo obrigada a entregar senhas e realizar transferências via Pix. O prejuízo chegou a R$ 18,1 mil, além da perda de mala, celular e notebook. Ela foi libertada após a meia-noite, no bairro do Jaguaré, e registrou boletim de ocorrência no 14º DP (Pinheiros).
Novo ataque
Em 10 de outubro de 2024, uma psicóloga de 58 anos passou por situação semelhante. Após perceber que o trajeto estava fora da rota, questionou o motorista, que anunciou o assalto. A vítima foi forçada a tentar transferir R$ 8 mil, mas a operação falhou. Ainda assim, teve mala, celular e cartões roubados.
Investigação e prisão
A Polícia Civil identificou o padrão dos crimes e, com base nos boletins de ocorrência, rastreou as contas usadas nas transferências e localizou o carro alugado. Juan foi preso poucas semanas depois.
Durante o interrogatório, ele alegou que trabalhava como motorista de aplicativo há dois anos e que havia perdido R$ 150 mil em apostas. Endividado com agiotas, decidiu atacar mulheres, por considerá-las mais vulneráveis. Segundo a polícia, ele usava contas bancárias de terceiros para receber os valores extorquidos.
Por Kátia Gomes | Revisão: Daniela Gentil
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