O rapper Mauro Davi dos Santos, conhecido como Oruam, de 25 anos, passou por uma nova audiência de custódia nesta segunda-feira (4) e teve sua prisão mantida pela justiça.
Ele também foi transferido para um espaço coletivo na Penitenciária Dr. Serrano Neves, no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. As informações são da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
Em nota, a secretaria informou que os presos da cela “são vinculados à facção Comando Vermelho”. A unidade é conhecida popularmente como Bangu 3. A pasta também informou que a mudança pela qual passou Oruam faz parte de um procedimento padrão, realizado de acordo com a avaliação da administração.
Na semana passada, o artista passou a responder criminalmente por tentativa de homicídio contra um delegado e um policial civil, durante uma operação realizada em sua mansão no Joá, na zona oeste da capital carioca. Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira, de 22 anos, amigo do músico, também foi denunciado pelo mesmo crime. O cantor se apresentou espontaneamente na Cidade da Polícia, na zona norte, uma semana antes da decisão judicial.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), encaminhada ao Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), na noite de 21 de julho, Oruam e um grupo de oito amigos teriam atacado com pedras o delegado Moysés Santana e o policial Alexandre Ferraz, ambos da Delegacia de Repressão a Entorpecentes. Na ocasião, os agentes tentavam cumprir um mandado de prisão contra um adolescente que estaria escondido na casa do artista. Um dos policiais ficou ferido.
De acordo com a polícia, o menor seria segurança de um dos chefes do Comando Vermelho e é apontado como um dos maiores ladrões de carros do estado.
Para o MPRJ, Oruam e Willyam assumiram o risco de matar os agentes ao arremessar pedras que pesavam quase 5 kg contra os policiais. Ao todo, sete pedras teriam sido jogadas de uma janela do andar superior, a uma altura de 4,5 metros.
Na decisão que aceitou a denúncia, a juíza Tula Corrêa de Mello, da 3ª Vara Criminal do Rio, destacou que os denunciados arremessaram pedras de grande porte “em direção à cabeça das vítimas, de cima para baixo”, e que o método usado, aliado à ausência de arrependimento, indica que eles “assumiram o risco da letalidade da ação”.
Além da acusação por tentativa de homicídio, Oruam, filho do traficante Marcinho VP, também responde por tráfico de drogas, associação ao tráfico, desacato, resistência qualificada, dano qualificado, ameaça e lesão corporal.
A defesa do rapper classificou a denúncia de tentativa de homicídio como uma forma de perseguição pessoal e criminalização midiática. Em nota, afirmou: “Tudo indica que estamos diante de uma construção jurídica e midiática, baseada em suposições e testemunhos frágeis, e não em provas concretas capazes de sustentar uma acusação de tentativa de homicídio qualificada”.
Por: Arthur Moreira | Revisão: Laís Queiroz
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