Durante agenda em Rio Claro, no interior de São Paulo, nesta segunda-feira (22), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) declarou que “é hora de deixar a política de lado” diante da crise diplomática e comercial com os Estados Unidos, após o anúncio de novas tarifas sobre produtos brasileiros.
“Obviamente a questão política é um entrave. Precisamos buscar o interesse nacional e entender a natureza do movimento geopolítico em curso”, afirmou o governador, sinalizando a necessidade de união em torno de uma solução para os impactos do chamado tarifaço.
Tarcísio disse ainda que o governo federal é o responsável direto pela condução das negociações, mas afirmou ter feito um “esforço complementar” ao se reunir com empresários do setor afetado. A atitude rendeu críticas de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), que o acusou de “subserviência às elites”, declaração da qual recuou posteriormente.
A fala de Tarcísio também se contrapõe à de Eduardo Bolsonaro, que tem defendido a anistia ao pai como uma possível forma de aliviar tensões com os EUA. Recentemente, o deputado chegou a afirmar que Donald Trump acertou ao impor tarifas ao Brasil.
Em sua primeira manifestação pública após o anúncio das medidas americanas, Tarcísio responsabilizou o presidente Lula. “Colocaram a ideologia acima da economia. Outros países negociaram, o Brasil não. Agora não adianta culpar o passado”, disparou.
O clima entre lideranças da direita se acirra em meio às tensões diplomáticas, enquanto setores produtivos aguardam um desfecho prático para a crise.
Enquanto os discursos se confrontam, empresários e trabalhadores seguem à espera de soluções concretas que minimizem os danos econômicos.
Por Kátia Gomes | Revisão: Daniela Gentil
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