As Forças de Defesa de Israel bombardearam o centro de Damasco, capital da Síria, nesta quarta-feira (16), atingindo o Ministério da Defesa sírio, localizado próximo ao Palácio Presidencial. As autoridades israelitas afirmam que o ataque visa destruir as forças governamentais do país que estariam atacando a minoria drusa no sul do país. Pelo menos uma pessoa morreu e 28 ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde da Síria.
Detalhes do ataque e reações
O bombardeio foi transmitido ao vivo pela televisão estatal síria. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, compartilhou imagens do ataque na rede social X, acompanhadas da mensagem: “Os golpes dolorosos começaram.”
A emissora Al Jazeera também transmitia ao vivo na hora do ataque.
Qual o motivo da intervenção de Israel?
O ataque israelita ocorre durante um período de forte tensão na região de Sueida, no sul da Síria. Tensão essa que começou com violência entre milícias drusas e grupos beduínos, que já teria resultado em mais de 300 mortos. Acontecimento esse que levou o Governo sírio a enviar Forças de segurança para Sueida.
Israel justificou o bombardeio em Damasco alegando estar “tentando proteger os membros da comunidade drusa síria”, acusando o governo sírio de atacá-los.
Quem são os drusos?
Os drusos são uma seita árabe com cerca de um milhão de pessoas que vivem maioritariamente na Síria, no Líbano e em Israel. No sul da Síria, onde os drusos constituem uma maioria na província de Sweida, a comunidade foi flagrada entre as forças do antigo regime de Assad e os grupos extremistas durante a guerra civil síria que durou dez anos.
Originário do Egito, no século XI, o grupo pratica um ramo do Islamismo que não permite conversões (nem para a religião, nem da religião), nem casamentos.
Situação Política na Síria
A violência em Sueida representa um dos grandes desafios para o presidente interino sírio, Ahmed al-Sharaa, descrito como um antigo líder de uma milícia sunita que, em dezembro de 2024 derrubou o regime de Bashar al-Assad.
Sharaa busca reconstruir a Síria e conseguiu o “reforço dos laços com os EUA”. No entanto, o país permanece “profundamente dividido”, com “muitos que rejeitam o novo Governo”.
Por: Eduardo Carvalho | Revisado por: Lorrayne Rosseti
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