Vitória com emoção. Apesar do placar de 3 a 0, o duelo entre Brasil e França pelas quartas de final do Mundial de Vôlei Feminino 2025, nesta quinta-feira (4), em Bangkok, na Tailândia, esteve longe de ser tranquilo. As duas primeiras parciais foram disputadíssimas – 27/25 e 33/31 – e só no terceiro set veio o triunfo com maior folga, por 25/19. Durante o jogo, a seleção chegou a ficar pressionada, salvando set points e buscando viradas em momentos decisivos. No fim, prevaleceu a força brasileira e a vaga na semifinal foi confirmada, mantendo vivo o sonho do título inédito.
Campanha sólida e desafio pela frente
Com o resultado, a equipe comandada pelo técnico José Roberto Guimarães soma cinco vitórias e apenas dois sets perdidos no torneio. O próximo compromisso será contra a poderosa Itália, atual campeã olímpica e da Liga das Nações (VNL), neste sábado (6), às 9h30 (horário de Brasília), com transmissão ao vivo do Sportv 2. As italianas não sabem o que é perder há 34 partidas, mas a lembrança positiva para o Brasil é que a última derrota delas foi justamente contra as brasileiras, em junho do ano passado.
Julia Bergmann, após um início irregular, cresceu a partir do segundo set e terminou como a maior pontuadora da partida, com 18 pontos. Gabi também oscilou, mas encerrou o confronto com 13 pontos. Rosamaria contribuiu com 12, enquanto as centrais Diana (10, sendo cinco de bloqueio) e Julia Kudiess (10, três de bloqueio) foram fundamentais no sistema defensivo.
Equilíbrio entre as seleções
O jogo confirmou o equilíbrio entre Brasil e França nesta temporada. Nos dois encontros anteriores, a seleção brasileira havia vencido por 3 sets a 2, ambos de virada. Na fase inicial do Mundial, inclusive, as francesas chegaram a abrir 2 a 0 antes da reação verde e amarela.
A classificação também reforça o histórico de protagonismo do Brasil no Mundial. Das últimas nove edições, a seleção figurou entre as quatro melhores em sete oportunidades, ficando fora do grupo apenas em 2002 e 2018, quando terminou em sétimo lugar.
Como foi o jogo
- Primeiro set
O Brasil iniciou com ritmo forte, abrindo 5 a 2 e depois 10 a 5, explorando bem a distribuição de Roberta, que acionava Julia Bergmann, Diana e Gabi. A vantagem, porém, não durou. Após pedido de tempo, a França se encontrou na partida e passou a equilibrar as ações, aproveitando falhas no passe brasileiro e passe menos agressivos. A virada veio em 21 a 20 para as francesas. No momento decisivo, um bloqueio de Julia Kudiess recolocou o Brasil na frente em 23 a 22. O set seguiu tenso até o final, mas um toque na rede das adversárias deu o primeiro ponto ao Brasil: 27 a 25.
- Segundo set
Na segunda parcial, a França começou melhor, forçando o saque e quebrando o passe da seleção brasileira. Abriu 6 a 4, ampliou para 9 a 6 e chegou a 19 a 15, controlando a parcial. Mas a reação brasileira veio em sequência de quatro pontos, que devolveu o equilíbrio. Mesmo assim, as francesas chegaram a ter set point em 28 a 26, mas um pedido de revisão por toque no bloqueio manteve o Brasil vivo no jogo, empatando em 27 a 27. A partir daí, o set se transformou em uma verdadeira batalha, com trocas de pontos intensas. No fim, Gabi conseguiu colocar a bola no chão e sacramentou a vitória em 33 a 31, após um dos momentos mais dramáticos do confronto.
- Terceiro set
Diferente das duas primeiras parciais, o Brasil entrou mais consistente e rapidamente assumiu o controle. Rosamaria marcou em contra-ataque para abrir 13 a 11, e as francesas, que tiveram em Cazaute e Ndiaye os destaques nos sets anteriores, começaram a cometer mais erros. Julia Kudiess ampliou para 16 a 12 em ataque certeiro, e mesmo quando a França tentou reagir, encostando em 16 a 14, a seleção soube administrar a vantagem. Um erro de ataque das adversárias aumentou a diferença para 18 a 14, e Diana e Julia Bergmann ampliaram ainda mais a distância. A ponteira, que havia oscilado no início do jogo, brilhou no fim e fechou a partida em 25 a 19, garantindo a vitória em três sets diretos.
Por: Inês Becegato | Revisão: Daniela Gentil
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