O Ministério da Saúde anunciou que o câncer de mama HER2‑positivo, reconhecido por sua agressividade, passa a contar com tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) com a chegada do primeiro lote do medicamento Trastuzumabe Entansina, oferecendo uma nova perspectiva terapêutica para pacientes que necessitam de cuidados especializados.
O primeiro lote, composto por 11.978 unidades (6.206 frascos de 100 mg e 5.772 de 160 mg), chegou ao almoxarifado do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em 13 de outubro de 2025. Desses, 18 frascos serão destinados a Roraima, com previsão de entrega para 24 de outubro. As próximas remessas estão programadas para dezembro de 2025, março e junho de 2026, garantindo atendimento contínuo aos pacientes.
O Trastuzumabe Entansina é indicado para mulheres com câncer de mama HER2‑positivo em estágio III ou em casos em que o tumor persiste após quimioterapia inicial. Essa forma agressiva da doença requer tratamento especializado, e o medicamento oferece uma nova perspectiva terapêutica, podendo reduzir em até 50% a mortalidade dos pacientes nesse perfil.
Administração e Efeitos
O medicamento é administrado via infusão intravenosa, seguindo protocolos clínicos específicos que consideram o peso do paciente, histórico de tratamento e condições de saúde. Entre os efeitos colaterais mais comuns estão fadiga, náusea, alterações de fígado e diminuição de plaquetas, sendo necessário acompanhamento médico constante durante o tratamento.
Investimento
O investimento total na aquisição do medicamento foi de aproximadamente R$159,3 milhões, com negociação de preço 50% abaixo do valor de mercado, gerando uma economia estimada de R$165,8 milhões. Isso permitirá que o SUS atenda 100% da demanda atual, beneficiando 1.144 pacientes ainda em 2025.
José Barreto, diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde, afirmou:
“É um avanço gigantesco para a oncologia nacional, com o primeiro protocolo clínico voltado a esse tratamento. Trata-se de uma medicação muito esperada pela nossa população, que poderá reduzir em até 50% a mortalidade das pacientes com câncer de mama do tipo HER2 positivo. É uma grande vitória para a saúde pública e para o povo brasileiro.”
O medicamento será distribuído às secretarias estaduais de Saúde, seguindo os protocolos clínicos vigentes, garantindo acesso equitativo em todas as regiões. O governo reforça que a iniciativa é parte de um esforço maior para ampliar o acesso a terapias de alta complexidade, alinhando-se a políticas de prevenção e diagnóstico precoce, como a ampliação da faixa etária para mamografias.
Por: Lais Pereira da Silva | Revisão: Daniela Gentil
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