Giorgio Armani, um dos maiores nomes da moda mundial, morreu nesta quinta-feira (4), em Milão, aos 91 anos. O estilista italiano transformou a indústria ao unir sofisticação e minimalismo, consolidando sua marca como referência global do luxo.
Nascido em Piacenza, em 1934, Armani iniciou a carreira como vitrinista em uma loja de departamentos, até se tornar assistente de design na casa de moda Nino Cerruti. Em 1975, fundou a própria grife ao lado do parceiro Sergio Galeotti. O estilo elegante e descomplicado marcou gerações e conquistou tanto celebridades de Hollywood quanto executivos do mundo dos negócios.
Sua trajetória foi marcada por grandes conquistas, incluindo a expansão internacional do grupo Armani, que hoje reúne linhas de alta-costura, prêt-à-porter, perfumes, acessórios, hotéis e restaurantes. Ao longo de cinco décadas, Armani consolidou um império avaliado em bilhões de dólares e se manteve como o único acionista do conglomerado.
Durante a pandemia de Covid-19, Armani ganhou destaque pela postura solidária. Em 2020, quando a Itália se tornou epicentro da tragédia sanitária, ele doou milhões de euros a hospitais e laboratórios de pesquisa. Também foi o primeiro grande estilista a realizar um desfile de portas fechadas, transmitido online, como medida de proteção contra o vírus.
Armani já havia falado publicamente sobre o futuro de sua marca. Em entrevista recente ao Financial Times, citou Leo Dell’Orco, seu braço direito e chefe de design masculino, como figura-chave nos planos de sucessão. O estilista destacou ainda o papel da família e da equipe próxima: “Gostaria que a sucessão fosse orgânica e não um momento de ruptura”.
Com uma fortuna estimada em US$ 12,1 bilhões, segundo a revista Forbes, Giorgio Armani deixa um legado que transcende a moda: o de um visionário que redefiniu a elegância contemporânea e transformou seu nome em sinônimo de estilo e prestígio no mundo inteiro.
Para muitos especialistas em moda, Armani não foi apenas um designer, mas um verdadeiro arquiteto do estilo moderno. Como afirmou a crítica de moda italiana Carla Sozzani: “Armani não apenas vestiu o mundo; ele ensinou o mundo a se vestir com elegância, simplicidade e respeito pelo detalhe.”
Por David Gonçalves, correspondente MD News na Itália | Revisão: Daniela Gentil
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