Carla Zambelli, deputada federal licenciada, está detida desde 29 de julho de 2025 na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma. Atrás das grades, a parlamentar amarga dias de incerteza, desgaste físico e isolamento político.
Zambelli divide cela com outras quatro presas em regime de rotatividade, em meio à superlotação do presídio. A defesa confirmou ao MD News que a parlamentar sofre da síndrome de Ehlers-Danlos, uma doença genética rara que afeta o tecido conjuntivo e pode causar dores crônicas, fragilidade da pele, problemas nas articulações e desmaios frequentes.
Sem acesso regular aos medicamentos necessários, a deputada teria desmaiado ao menos três vezes na última semana. Além disso, a deputada se queixa da alimentação, que considera ruim, e apresenta sinais de emagrecimento e abatimento.
Isolamento político
No campo político, a expectativa de apoio da direita italiana se frustrou. Giorgia Meloni, primeira-ministra, mantém silêncio. Já Matteo Salvini apenas sinalizou com uma vaga promessa de visita.
No Brasil, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi duro ao afirmar que Zambelli “cavou a própria sepultura” e que sua situação “não tem saída”.
Por que Carla Zambelli foi presa
A deputada foi condenada no Brasil a dez anos de prisão, acusada de ser a mandante da invasão hacker ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), realizada por Walter Delgatti. Após a condenação, fugiu para a Itália, onde foi localizada e presa em Roma.
O governo brasileiro apresentou pedido de extradição, que está em análise pelo ministro da Justiça italiano, Carlo Nordio, ainda sem decisão. Carla Zambelli enfrenta a fase mais sombria de sua trajetória. Entre a dor da prisão em Roma e o medo de voltar ao Brasil, a deputada licenciada atravessa dias sem aliados, sem garantias e sem clareza sobre o próprio destino.
Por David Gonçalves, correspondente MD News na Itália | Revisão: Redação
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