Governo brasileiro busca diálogo com as autoridades americanas para minimizar os impactos
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a implementação de novas tarifas sobre importações, com o intuito de proteger a indústria nacional. As taxas variam entre 10% e 20% sobre a maioria dos produtos importados, com algumas categorias sujeitas a uma taxa mais elevada.
Trump afirmou que será “o dia da libertação”, que segundo ele, libertará a economia norte-americana dos inimigos e até dos amigos.
“Vamos cobrar dos países por fazerem negócios em nosso país e tirar nossos empregos, tirar nossa riqueza, tirar muitas coisas que eles vêm tirando ao longo dos anos”, disse o presidente em sua rede Truth Social.
Especialistas alertam que as medidas podem desencadear uma guerra comercial global. Um estudo da Universidade de Aston prevê que, se as tarifas forem implementadas e provocarem a retaliação de outros países, isso pode causar um prejuízo econômico global que pode chegar a US$ 1,4 trilhão.
Governo brasileiro tenta negociar
Em uma tentativa de evitar que os efeitos do “tarifaço” atinjam em cheio a economia brasileira, uma comitiva de diplomatas brasileiros viajou aos Estados Unidos para negociações de emergência.
Segundo a GloboNews, o grupo foi liderado pelo secretário de Assuntos Econômicos do Ministério das Relações Exteriores, Maurício Lyrio, mesmo diplomata que em 2024 conduziu as delicadas negociações do Brasil tanto no Brics quanto no G20.
A preocupação do governo tem motivo: em seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas de até 25% sobre produtos como aço, alumínio e etanol, causando perdas imediatas aos exportadores brasileiros.
Vale lembrar que os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás somente da China.
O Planalto evita críticas diretas a Trump, na tentativa de manter o diálogo. No entanto, o Governo busca reforçar acordos com China, União Europeia e países árabes para reduzir a dependência do mercado americano. Paralelamente, o Itamaraty avalia acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) caso as medidas sejam consideradas abusivas.
“O Brasil insta os Estados Unidos a priorizar o diálogo e a cooperação em vez da imposição de restrições comerciais unilaterais, cujos riscos podem alimentar uma espiral negativa de medidas que poderiam comprometer severamente nossa relação comercial mutuamente benéfica”, disse o Presidente Lula.
Dólar cai e Bolsa sobe
Nesta terça-feira (1), após operar em alta durante a manhã, o dólar passou a cair na véspera do anúncio do novo pacote de tarifas comerciais que será anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, operava em forte alta nesta terça-feira.
Às 14h45, o indicador avançava 1,17%, aos 131,7 mil pontos.
Por: Aline Feitosa Silva | Revisão: Redação