Na manhã dessa terça-feira (15), uma greve dos funcionários do transporte coletivo iniciou em Manaus, afetando mais de 300 mil usuários, de acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram).
Os trabalhadores, representados pelo Sindicato dos Rodoviários, exigem um reajuste salarial de 12%, um aumento de 12% na cesta básica, uma gratificação de R$ 1.200 para motoristas que acumulam a função de cobrador, além da manutenção dos cobradores no sistema de transporte. Essas demandas surgem em resposta a propostas consideradas insuficientes pelas entidades sindicais.
A prefeitura e o Sinetram ofereceram apenas 5% de reajuste salarial, que foi prontamente rejeitado pelos rodoviários. Além disso, a proposta de retirar 33% dos cobradores ainda este ano também foi descartada pelo sindicato.
Apesar da greve, a decisão judicial determina que 50% da frota deve continuar circulando. Nos horários de pico, entre 6h e 9h e das 17h às 20h, o sindicato se comprometeu a manter 70% da frota em operação. No entanto, não há previsão para o término da paralisação, e há indícios de que ela pode se intensificar.
Um ponto crítico da greve é a situação dos cobradores da empresa Via Verde. Atualmente, cerca de 40 ônibus estão operando sem esses profissionais, o que o sindicato considera ilegal. A empresa desligou os cobradores, e o sindicato luta pela reintegração desses trabalhadores ao sistema.
O líder sindical Givancy Oliveira declarou que sua defesa é voltada para os rodoviários e não para a população. Ele enfatizou que cabe ao prefeito e aos vereadores buscar soluções para os cidadãos afetados pela greve.
A greve está afetando todas as sete empresas do transporte coletivo na cidade. Com 397 veículos parados, isso representa cerca de 30% da frota operante. Assim, toda a população acaba sendo prejudicada indiretamente pelo movimento grevista.
O Sinetram informou que participou de uma reunião oficial na tarde de ontem com representantes do IMMU e do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários. Na ocasião, foram discutidos temas relevantes sobre a retirada gradual da função de cobrador e a Convenção Coletiva de Trabalho para o período 2025/2026. O sindicato reafirmou seu compromisso com o diálogo e com soluções que garantam a sustentabilidade do transporte público.
Em nota a Prefeitura de Manaus afirmou que está monitorando atentamente o movimento grevista e as negociações entre as partes envolvidas. O IMMU ressaltou sua atuação em garantir o cumprimento das determinações judiciais para assegurar a continuidade do serviço público essencial à população.
A situação continua em desenvolvimento e está sendo acompanhada com atenção pelas autoridades e pela população que cobra por uma solução.
Por: Derick Souza
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