Para acelerar o acesso da população paulista a cirurgias e exames pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Governo de São Paulo criou a Tabela SUS Paulista. A iniciativa, em vigor desde janeiro de 2024, complementa os valores repassados pelo Ministério da Saúde a instituições filantrópicas conveniadas, garantindo reajustes que chegam a 400%.
Atualmente, cerca de 800 unidades são beneficiadas pelo programa da Secretaria de Estado da Saúde. O investimento total no primeiro ano foi de R$ 4,3 bilhões, com recursos do Tesouro Estadual.
Os repasses extras são definidos a partir de uma análise de mercado e da defasagem acumulada pela tabela federal, que não sofre reajustes há duas décadas. Com o novo modelo, o valor pago por um parto normal, por exemplo, subiu de R$ 443,40 para R$ 2.217. Já a colecistectomia (remoção da vesícula biliar) passou de R$ 996,34 para R$ 4.483,53.
A medida também impactou o número de leitos e internações. Apenas o Hospital das Clínicas Faepa, em Ribeirão Preto, registrou 13.185 internações a mais em 2024, comparado a 2022. O Hospital São Paulo da Unifesp também ampliou sua capacidade, com 8.453 procedimentos adicionais no mesmo período.
Segundo o secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, a iniciativa permite planejar os serviços com base nas demandas regionais. “Precisamos garantir atendimento perto de casa, sem depender apenas dos grandes centros urbanos”, afirmou.
A Tabela SUS Paulista contempla Santas Casas, entidades filantrópicas e prestadores da rede complementar do SUS, que representam cerca de 50% do atendimento hospitalar no estado.
Por Kátia Gomes | Revisão: Daniela Gentil
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