Empresários do setor produtivo entregaram ao vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, um pacote de sugestões para minimizar os impactos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos. O encontro ocorreu na semana passada, em Brasília.
Entre os pleitos estão a flexibilização temporária das leis trabalhistas, em moldes semelhantes ao Benefício Emergencial (BEm) da pandemia, e a criação de uma linha especial de crédito para empresas exportadoras. O objetivo é garantir fôlego financeiro diante das barreiras comerciais impostas pelo governo Trump, que entram em vigor dia 6 de agosto.
Durante a crise sanitária da Covid-19, o BEm permitiu acordos entre empregadores e funcionários para redução proporcional de jornada e salário, com compensação parcial feita pela União. Agora, os empresários sugerem medida parecida para preservar empregos e reduzir custos operacionais. A proposta, no entanto, enfrenta resistência dentro do Palácio do Planalto, segundo relatos obtidos pela CNN.
Outro ponto de atenção é o financiamento via ACC (adiantamento de contrato de câmbio), recurso amplamente utilizado por companhias que exportam com frequência. Como o tarifaço já provocou a suspensão de algumas remessas ao exterior, parte das empresas não conseguiu concluir vendas e teme não conseguir quitar os valores antecipados pelos bancos. Por isso, pedem refinanciamento das operações.
O presidente Lula e ministros, como Fernando Haddad (Fazenda), têm conduzido reuniões emergenciais sobre o tema. Segundo Alckmin, “todo o empenho agora é para resolvermos” os entraves provocados pelas tarifas norte-americanas.
O governo ainda elabora um plano de contingência, mas não há decisão formalizada até o momento.
Por Kátia Gomes | Revisão: Daniela Gentil
VEJA TAMBÉM: Lula convoca reunião de emergência após Trump formalizar tarifa de 50%