O influenciador Felipe Bressanim Pereira, mais conhecido como Felca, afirmou ter passado a andar em carro blindado e com segurança devido a ameaças recebidas após fazer denúncias contra outros influenciadores e contra propagandas de casas de apostas, as famosas “bets”.
Questionado se já havia recebido ameaças, Felca respondeu: “Ah, muitas. Comecei a andar com carro blindado, com segurança, por causa das ameaças”. Ele atribuiu o ponto de virada em sua segurança a um vídeo específico onde denunciou as propagandas de casas de apostas. “A questão das bets veio com muitas ameaças”, contou o influenciador.
“Adultização”
Felca espera também enfrentar processos judiciais em decorrência de uma nova denúncia feita por ele, com foco no influenciador Hytalo Santos. Na semana passada, Felca publicou um vídeo de 50 minutos intitulado “adultização”, que já acumula 33 milhões de visualizações.
No vídeo, Felca denuncia os criadores de conteúdo e cobra ações das plataformas que permitem e monetizam os vídeos em questão. Ele expôs a relação de Hytalo Santos com adolescentes que aparecem em vídeos realizando danças sensuais e em “contextos sexuais”. Os vídeos do canal de Hytalo Santos no YouTube mostram os menores se beijando e incluem perguntas feitas pelo influenciador como “já pulou a cerca?”, “já pegou mais de quatro na balada?” e “já sentiu vontade de ficar com pai, mãe, primo ou tio de um amigo?”.
Sobre as possíveis consequências legais de sua denúncia, Felca declarou: “A gente conta com isso, que vai existir alguns processos. Mas se ninguém fala, ninguém vai falar”.
ECA prevê penalidades para exploração de imagem de menores
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proíbe adultos de explorar imagens que violem a dignidade e a intimidade de crianças e adolescentes ou que os exponham a vexame ou constrangimento. O artigo 232º do ECA prevê detenção de seis meses a dois anos para tais violações.
Caso o Ministério Público (MP) entenda que houve violação do ECA nos casos denunciados por Felca, poderá apresentar denúncia à Justiça ou propor aos influenciadores um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para interromper os vídeos envolvendo os jovens. Os pais das crianças e adolescentes envolvidos podem ser responsabilizados caso integrem o rol de investigados.
Por: Eduardo Carvalho | Revisão: Daniela Gentil
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