O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou uma reunião de emergência no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (30), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar o decreto que oficializa uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos norte-americanos.
A expectativa é que participem da reunião o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social da Presidência).
“Vou me reunir ali para defender outra soberania: a soberania do povo brasileiro em função das medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos”, afirmou Lula durante um evento em que sancionou uma medida de proteção a animais.
A reunião tratou de discussões em torno de possíveis medidas para amenizar os impactos econômicos do tarifaço imposto pelos EUA, que entra em vigor no próximo dia 6 de agosto.
Produtos atingidos
A nova tarifa incide sobre uma ampla gama de itens, incluindo alimentos e matérias-primas. Entre os produtos brasileiros que passarão a ser taxados em 50% estão café, cacau, carnes e frutas.
Por outro lado, o decreto norte-americano excluiu 694 categorias de produtos da taxação. Estão entre as exceções suco de laranja, aviões, castanha, minério de ferro, petróleo, carvão, óleos vegetais, madeira e celulose.
Aço e alumínio, que não foram mencionados no novo decreto, já haviam sido tarifados em 50% anteriormente, em uma medida aplicada de forma ampla a todos os países exportadores.
A decisão de Trump gerou forte reação no setor produtivo brasileiro, especialmente em estados que dependem fortemente da exportação de alimentos e commodities para os Estados Unidos. O governo brasileiro ainda não anunciou oficialmente quais medidas pretende tomar em resposta ao decreto norte-americano.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Daniela Gentil
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