Após a aprovação, pelo Conselho de Segurança da ONU, da resolução que respalda o plano dos Estados Unidos para a fase seguinte do cessar-fogo em Gaza, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, voltou a defender que o Hamas seja impedido de atuar na região. A declaração foi feita nesta terça-feira (18), como resposta pública ao avanço do plano proposto por Washington.
O texto endossado pela ONU não estabelece prazos nem mecanismos de fiscalização, mas prevê anistia para integrantes do Hamas que aceitarem abandonar a luta armada e passagem segura para aqueles que optarem por deixar o território.
O documento também impede que o grupo participe da futura administração da Faixa de Gaza, embora não determine sua anulação. As medidas receberam apoio expressivo no Conselho, apesar das posições rígidas mantidas por Israel e pelo Hamas, segundo diplomatas envolvidos nas tratativas.
Netanyahu elogiou Donald Trump pela articulação do plano em uma publicação na rede X. Na postagem, afirmou que a proposta abre espaço para “paz e prosperidade”, citando como condições a “desmilitarização total, o desarmamento e a desradicalização” do enclave palestino.
O premiê também convocou países vizinhos a apoiar ações para eliminar a presença do Hamas na região. Ao ser questionado sobre o uso do termo “expulsar”, o gabinete de Netanyahu afirmou que a intenção é garantir que o grupo não tenha condições de governar Gaza no futuro.
As novas declarações contrastam com o apoio público que Netanyahu já havia manifestado ao plano norte-americano em setembro, durante visita à Casa Branca. Desde então, tensões surgiram entre Tel Aviv e Washington sobre a implementação das etapas propostas, especialmente após protestos de aliados ultradireitistas dentro da coalizão israelense.
O documento dos EUA também menciona reformas na Autoridade Palestina, sediada na Cisjordânia, como parte do caminho para um processo futuro de autodeterminação, possibilidade que Netanyahu rejeitou novamente, reafirmando sua oposição à criação de um Estado palestino e ao envolvimento da Autoridade Palestina na administração de Gaza.
Por Marília Duarte | Revisão: Daniela Gentil
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