A Justiça de São Paulo concedeu nesta sexta-feira (15) prisão domiciliar aos empresários Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, e Mário Otávio Gomes, diretor da Fast Shop, mediante pagamento de R$ 25 milhões em fiança. A decisão é do juiz Paulo Fernando Deroma de Mello, que manteve preso o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, acusado de receber quase R$ 1 bilhão em propinas para liberação de créditos tributários.
O magistrado acatou parecer do Ministério Público, que avaliou não haver risco para as investigações com a prisão domiciliar dos empresários. Ainda assim, destacou a gravidade do caso e disse considerar prematura a concessão de liberdade provisória, levantando a possibilidade de um acordo de delação premiada em andamento.
Entre as medidas cautelares impostas a Oliveira e Gomes estão: comparecimento mensal em juízo, proibição de contato com investigados, recolhimento noturno, uso de tornozeleira eletrônica, entrega de passaporte e pagamento da fiança milionária.
Já em relação a Artur Gomes, o juiz decidiu manter a prisão temporária por mais cinco dias, argumentando que ela é necessária para preservar a coleta de provas e evitar interferências, como a intimidação de testemunhas ou a manipulação de documentos.
Em nota, a Ultrafarma afirmou estar colaborando com a investigação e garantiu que as acusações serão esclarecidas no decorrer do processo, reforçando o compromisso da empresa com a transparência e a confiança de seus clientes.
Apesar da decisão que permite a prisão domiciliar dos empresários, o processo segue em andamento e novas diligências deverão ser realizadas pelo Ministério Público e pela Justiça.
O caso expõe a dimensão do esquema de corrupção investigado e mantém em aberto a possibilidade de delações premiadas que podem ampliar o alcance das apurações.
Por Kátia Gomes | Revisão: Daniela Gentil
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