O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,48% em setembro, informou o IBGE nesta quinta-feira (25). O resultado representa uma alta de 0,62 ponto percentual em relação a agosto, quando houve deflação de 0,14% — a primeira em mais de um ano.
Segundo o IBGE, o grupo Habitação (3,31%) foi o principal responsável pela alta, puxado pela energia elétrica residencial, que subiu 12,17%. O aumento ocorreu após o fim do Bônus de Itaipu, creditado nas contas de agosto, e com a adoção da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.
Com o resultado, o IPCA-15 acumula alta de 5,32% em 12 meses e de 3,76% no ano. O dado veio ligeiramente abaixo das projeções do mercado, que estimavam avanço entre 0,51% e 0,52%.
Variação por grupos em setembro
- Habitação: +3,31%
- Vestuário: +0,97%
- Saúde e cuidados pessoais: +0,36%
- Despesas pessoais: +0,20%
- Educação: +0,03%
- Alimentação e bebidas: -0,35%
- Transportes: -0,25%
- Artigos de residência: -0,16%
- Comunicação: -0,08%
Destaques do mês
Além do impacto da energia, houve aumento nos preços de roupas femininas (+1,19%) e calçados (+1,02%). Já a alimentação no domicílio caiu 0,63%, com destaque para o recuo no preço do tomate (-17,49%) e da cebola (-8,65%).
O grupo Transportes também apresentou queda, influenciado pelo recuo no seguro de veículos (-5,95%) e nas passagens aéreas (-2,61%). Gasolina (-0,13%) e gás veicular (-1,55%) também tiveram retração.
Perspectivas
Para o economista Lucas Barbosa, da AZ Quest, o resultado indica melhora na composição da inflação, o que pode permitir uma queda gradual dos juros a partir de 2026.
“Apesar de a inflação acumulada em 12 meses estar acima do teto da meta do Banco Central, vemos sinais de desaceleração. A expectativa é de que os cortes de juros comecem em janeiro, levando a Selic de 15% para 14,5%”, afirma.
Economistas consultados pelo Boletim Focus projetam inflação de 4,83% para 2025, próxima do centro da meta.
Por Daniela Gentil | Revisão: Redação
VEJA TAMBÉM: Exportação de limão paulista cresce 21% e movimenta US$ 72 milhões em 2025