O Brasil tem registrado um avanço expressivo no número de casos de herpes zóster, popularmente conhecido como cobreiro. A enfermidade, causada pela reativação do vírus da catapora (varicela zóster), preocupa pela sua alta incidência em idosos e pessoas com a imunidade fragilizada.
Casos aumentam em todas as regiões
Dados do Ministério da Saúde mostram que entre 2019 e 2024 houve crescimento aproximado de 30% nos atendimentos relacionados ao herpes zóster na rede pública. A Sociedade Brasileira de Dermatologia estima cerca de 150 mil novos casos por ano no país. O envelhecimento da população é considerado o principal gatilho para esse aumento. Até 2030, a população idosa brasileira deve superar os 41 milhões de pessoas, ampliando a faixa mais vulnerável.
Fatores que favorecem a doença
A queda da imunidade é o fator determinante para que o vírus adormecido volte a se manifestar. Entre as condições que aumentam o risco estão:
- Idade avançada com predominância em pessoas acima dos 60 anos.
- Estresse físico e emocional que enfraquece o organismo.
- Doenças crônicas e uso de medicamentos imunossupressores.
- Infecções recentes, como gripes e Covid 19.
Sintomas e riscos
O quadro clínico costuma iniciar com dor, formigamento e coceira localizados. Com a progressão, surgem erupções cutâneas em faixas na pele, geralmente no tronco ou no rosto.
A complicação mais comum é a neuralgia pós herpética, caracterizada por dor intensa e persistente. Estudos indicam que 20% das pessoas acima dos 60 anos podem desenvolver essa condição, que pode durar meses e impactar de forma relevante a qualidade de vida.
Vacina e formas de prevenção
A vacinação contra o herpes zóster reduz de forma significativa o risco e a gravidade da doença. Disponível na rede privada em duas versões, o imunizante apresenta eficácia de até 97% em pessoas a partir dos 50 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde. No Sistema Único de Saúde (SUS), desde 2022, a vacina é oferecida de forma gratuita para idosos imunossuprimidos com mais de 50 anos e para grupos específicos, como pacientes oncológicos e pessoas vivendo com HIV.
Além da imunização, recomenda-se a adoção de hábitos preventivos que fortalecem a imunidade, como sono adequado, alimentação balanceada, manter rotina de exercícios físicos e reduzir os níveis de estresse.
Diagnóstico precoce evita complicações
O início imediato do tratamento antiviral, preferencialmente nas primeiras 72 horas após os sintomas, é considerado chave para reduzir a intensidade das manifestações clínicas, acelerar a recuperação e prevenir complicações graves como a neuralgia pós herpética.
Por Joshua Perdigão | Revisão: Daniela Gentil
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