Depois do registro de mais de 59 casos de intoxicação por metanol e duas mortes, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entrou em contato com agências internacionais para solicitar o envio emergencial do fomepizol, medicamento usado como antídoto contra os efeitos da substância.
Entre os órgãos acionados estão os dos Estados Unidos, Argentina, União Europeia, México, Canadá, Japão, Reino Unido, China, Suíça e Austrália. A Anvisa também discute com essas agências a possibilidade de comercializar o medicamento em território brasileiro.
O fomepizol não tem registro no Brasil, o que obrigou a agência a recorrer ao apoio internacional para suprir a demanda emergencial do Sistema Único de Saúde (SUS). Para acelerar o processo, a Anvisa publicou um edital público a fim de identificar rapidamente fabricantes fora do país e viabilizar a aquisição em caráter emergencial.
Como funciona a importação emergencial
Em situações como essa, a Anvisa precisa autorizar a entrada do medicamento mesmo sem registro nacional, emitindo uma anuência de importação em caráter excepcional. O processo envolve identificar fabricantes estrangeiros, formalizar a autorização de pré-embarque, realizar o transporte internacional e liberar o produto após fiscalização sanitária e aduaneira no Brasil.
Embora em emergências o trâmite seja acelerado, especialistas destacam que a importação pode levar de algumas semanas a até dois meses, dependendo da disponibilidade do fornecedor, da documentação exigida e da logística internacional.
Relembre o caso
As primeiras notificações de intoxicação por metanol ocorreram em setembro, após pacientes darem entrada em hospitais da Grande São Paulo com sintomas como fortes dores de cabeça, vômitos, visão turva e confusão mental. As ocorrências estão relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, vendidas irregularmente em bares e comércios da região.
De acordo com o Ministério da Saúde, já foram confirmados 59 casos e duas mortes. Outros pacientes seguem em acompanhamento médico. A Polícia Civil de São Paulo abriu investigação para rastrear a origem das bebidas, e a Vigilância Sanitária realiza operações de fiscalização em estabelecimentos da capital e em municípios da região metropolitana.
Por Daniela Gentil | Revisão: Redação
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