Parte dos medicamentos que foram utilizados durante um mutirão oftalmológico no Hospital de Clínicas de Campina Grande, na Paraíba, realizado na última quinta-feira (15), estava com a data de validade expirada. A confirmação da informação foi feita na tarde desta terça-feira (20) pela Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES-PB ), em razão de relatos de infecções e perda de visão de pacientes atendidos na ocasião.
De acordo com a SES, 6 dos 30 medicamentos estavam vencidos e já haviam sido abertos. No total, 64 pacientes foram atendidos no mutirão que foi realizado via contrato firmado entre a SES-PB e a Fundação Rubens Dutra Segundo, cujo vínculo foi rescindido após a situação ter sido revelada.
Até agora, 9 pacientes apresentaram sintomas como dor intensa, vermelhidão e baixa visão. No caso mais grave, uma idosa de 89 anos ficou completamente cega de um dos olhos. O filho de um paciente informou que o pai recebeu duas aplicações de medicamento, quando o padrão era apenas uma, e sentiu dor e irritação um dia após receber a aplicação.
Segundo a Secretaria, a responsabilidade dos profissionais e materiais utilizados era exclusivamente da fundação contratada.
Rubens Dutra, presidente da entidade, informou que está acompanhando o caso e que uma equipe foi disponibilizada para investigar as causas das infecções. Ele afirma que a administração de medicamentos vencidos, por si só, não levaria às reações apresentadas.
A SES instaurou processos administrativos, éticos e criminais com o objetivo de investigar as condutas apuradas. Os pacientes estão sob acompanhamento assistencial. Os médicos do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) também tomaram posição a respeito. Em comunicado, garantiram que irão abrir uma sindicância de ofício, mesmo sem denúncia formal, para apurar a conduta dos médicos no mutirão.
Por: Aline Feitosa | Revisão: Thaisi Carvalho
LEIA TAMBÉM: Hipertensão: o assassino silencioso que atinge milhões de brasileiros