No dia 9 de novembro, será aplicada a prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias do Enem 2025, no mesmo dia do caderno de Linguagens e da redação. Os estudantes terão de responder 90 questões de múltipla escolha, em um exame que privilegia interpretação de texto, análise de imagens, mapas, gráficos e contextualização histórica.
Não basta memorizar datas e conceitos: a principal habilidade exigida é a capacidade de leitura crítica, estabelecendo relações entre fatos, causas e consequências.
Como é a prova de Ciências Humanas?
A prova valoriza o uso dos conhecimentos adquiridos no Ensino Médio para compreender problemas em seus contextos sociais, políticos, históricos e ambientais. O foco está em identificar causas, consequências e possíveis soluções, além de reconhecer permanências e mudanças ao longo do tempo.
Questões interdisciplinares são frequentes: é comum que História dialogue com Geografia, ou que Sociologia e Filosofia apareçam ligadas a temas de cidadania, desigualdade e movimentos sociais. Atualidades também podem estar presentes, mas geralmente relacionadas a processos históricos de longa duração.
História: conteúdos mais cobrados
- História do Brasil: Trabalho Escravo, Ciclos Econômicos (açúcar, ouro e café), Independência, República Velha, Era Vargas, Ditadura Militar e redemocratização;
- História Geral: Antiguidade Clássica, Feudalismo, Igreja na Idade Média, Renascimento, Reforma, Iluminismo e Revoluções;
- História Contemporânea: Guerras Mundiais, Guerra Fria, Regimes Totalitários, Neocolonialismo e Descolonização;
- Movimentos sociais: Cultura Afro-brasileira e Indígena, Lutas por Direitos, Memória, Patrimônio Histórico e Diversidade Sociocultural.
O exame costuma relacionar o passado ao presente, solicitando análise de fontes como mapas, charges, pinturas e trechos de documentos.
Geografia: sociedade, meio ambiente e globalização
Entre os principais tópicos cobrados estão:
- Urbanização, industrialização e mundo do trabalho;
- Questões agrárias, uso do solo, conflitos de terra e impactos ambientais;
- Geografia física: clima, relevo, solos, vegetação, hidrografia e cartografia;
- Globalização, geopolítica e relações internacionais.
Temas como desigualdade socioespacial, migrações, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável são recorrentes. A crise da globalização, o fortalecimento de nacionalismos e disputas por recursos também aparecem com frequência.
Filosofia: conceitos e aplicação prática
Os tópicos mais cobrados incluem:
- Filosofia política e contrato social (Hobbes, Locke e Rousseau);
- Ética, moral e justiça;
- Filosofia antiga (Sócrates, Platão e Aristóteles);
- Filosofia moderna (Descartes, Kant, Empirismo, Idealismo Alemão);
- Filosofia contemporânea (Existencialismo, Escola de Frankfurt).
O exame privilegia a interpretação de textos e situações cotidianas à luz dos conceitos filosóficos.
Sociologia: cidadania e diversidade
Na Sociologia, os temas recorrentes são:
- Cidadania, democracia e movimentos sociais;
- Trabalho, estratificação e desigualdade social;
- Identidade, diversidade e marcadores sociais (raça, gênero, sexualidade);
- Cultura, mídia e indústria cultural;
- Estado, política e esfera pública.
Autores como Marx, Durkheim, Weber, Bourdieu, Habermas, Adorno, Stuart Hall, Bauman e Nancy Fraser costumam ser referências implícitas nas questões.
O que caiu em 2024?
A edição anterior trouxe:
- História: Primeira República, Iluminismo, Idade Média, movimentos feministas, Estado Novo;
- Geografia: globalização, refugiados, mudanças climáticas, cartografia;
- Filosofia: ética, lógica, filosofia grega e contemporânea;
- Sociologia: racismo, desigualdade social, indústria cultural e impactos tecnológicos.
A prova ainda destacou cultura brasileira, diversidade e povos originários, além de questões ambientais.
Tendências para 2025
A expectativa é que os conteúdos sigam abordando grandes temas sociais e históricos em perspectiva crítica. Questões sobre democracia, direitos humanos, meio ambiente, desigualdade e geopolítica internacional devem continuar em evidência.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Pietra Gomes
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